FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
A Caixa Econômica Federal (CEF) reforçou o
controle de informações internas após sofrer a maior fraude de sua história.
Uma quadrilha desviou R$ 73 milhões por meio de falso pagamento de prêmio da
Mega-Sena. Em nota, o banco estatal informou que “abriu apuração interna e,
como qualquer outro banco, diante de fato relevante, aprimorou seus controles
internos”.
A transferência do dinheiro foi realizada
sem que houvesse comprovação do bilhete premiado, de acordo com informações da
Polícia Federal. O gerente-geral de uma agência em Tocantinópolis, Robson
Pereira do Nascimento, estava de férias quando passou na agência sob a
justificativa de cobrar dívidas de contratos inadimplentes.
Ele acessou o sistema e desviou o valor da
conta reservada para o pagamento dos prêmios para a conta aberta com documentos
falsos. “Por incrível que pareça, o gerente tinha poderes para isso”, afirma o
delegado responsável pela abertura do inquérito, Gustavo Bubolz, da Polícia
Federal de Araguaína.
A Caixa informou que seus gerentes possuem
uma senha de acesso para incluir no sistema informações sobre ganhadores de
loterias e que os valores são auditados com frequência. O desvio foi descoberto
três dias depois que o dinheiro foi depositado em uma conta aberta com dados
fornecidos pelo suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto
(PMDB-MA), com a anuência do gerente.
No dia seguinte, a instituição cobrou do
substituto do gerente a validação do bilhete premiado como justificativa da
movimentação. Procurado pelos colegas, Nascimento disse que havia enviado os
documentos por malote. “Com essa desculpa, ele ganhou uns três ou quatro dias”,
conta o delegado. Neste intervalo, o gerente viajou para o Ceará, onde
encontrou um suspeito que havia conseguido sacar parte do dinheiro em São Luís,
no Maranhão. O inquérito foi concluído na sexta-feira (18).
O gerente foi preso na Operação
Éskhara da PF no último sábado (19), quando Carvalho Neto (PMDB-MA) também foi
detido.
Erros
"grosseiros".
Uma série de erros "grosseiros"
cometidos por integrantes da quadrilha facilitou o trabalho de investigação, na
avaliação da PF. Além do suplente de deputado, que comprou um avião de pequeno
porte dias após o golpe, outro participante da fraude adquiriu seis carros da marca
Corolla e uma caminhonete Hilux no mesmo dia, numa concessionária de Goiânia.
A aeronave de prefixo PT-VBU adquirida pelo
político é um Embraer 720D Minuano originalmente registrado na cidade paulista
de Barretos. Fabricada nos anos 90, a aeronave não custa menos de R$ 600 mil.
A quadrilha utilizou um comprovante de
endereço real para a abertura da conta corrente na qual o dinheiro foi
depositado. A conta foi aberta em nome de uma funcionária de Carvalho Neto, que
admitiu ter cedido o nome.
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