FONTE: CicloVivo, TRIBUNA DA BAHIA.
Cientistas de várias
partes do mundo realizaram estudos e descobriram que o veneno de algumas
espécies de centopeias, lacraias e outros miriápodes pode ser utilizado para
produzir remédios contra a dor, até mesmo mais eficientes do que a morfina. Nos
laboratórios, os pesquisadores vêm extraindo o veneno das mandíbulas destes
animais, que, ao entrarem em contato direto com o ser humano, podem causar
fortes dores, inchaço e erupções na pele.
Os estudos que analisam o potencial do
veneno dos miriápodes foram elaborados por cientistas australianos, chineses e
mexicanos. De acordo com o professor Glenn King, da Universidade de Queensland,
na Austrália, algumas experiências com o veneno destes animais obtiveram
resultados semelhantes à ação da morfina, e, em outras, as propriedades
liberadas pelos miriápodes foram consideradas mais eficientes do que o remédio
utilizado para tratar dores intensas.
Segundo informou o site português Manchete
Atual, o estudo australiano também comprovou que, ao ser processado em
laboratório, o veneno da centopeia chinesa de cabeça vermelha consegue inibir
em até 150 vezes mais do que os remédios convencionais a liberação da proteína
Nav1.7, responsável pela transmissão da dor pelo organismo.
Experiências realizadas na América Latina
também comprovam a eficiência das substâncias liberadas por estes animais na
produção de remédios contra fortes dores. De acordo com o site mexicano El
Universal, um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do
México (UNAM) e da Universidade Autônoma do Estado de Morelos já aponta para o
uso medicinal do veneno dos miriápodes.
Com o êxito das experiências, a
Comissão Nacional para o Conhecimento e Uso da
Biodiversidade do México (CONABIO) autorizou a elaboração de um catálogo de
espécies de centopeias e outros miriápodes que podem ser usados para fabricar
remédios. A partir desta compilação de dados, os cientistas mexicanos vêm
estudando arquivos sobre estes animais em museus europeus, e firmando acordos
de cooperação com outros centros de pesquisa, como a Universidade de Pádua, na
Itália.
Além das recentes pesquisas sobre o
potencial do veneno das centopeias, diversas substâncias de animais peçonhentos
vêm sendo usadas para fins medicinais. Além da inoculação do veneno de
serpentes para amenizar os efeitos das picadas, o veneno do escorpião azul, ao
ser processado em laboratórios, pode ser aplicado como tratamento alternativo
para pacientes com vários tipos de câncer.
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