sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CRIANÇAS OBESAS TÊM MAIS CHANCES DE CONTINUAREM OBESAS, DIZ ESTUDO...


FONTE: GINA KOLATA, DO NEW YORK TIMES (www1.folha.uol.com.br).

Um estudo publicado no "New England Journal of Medicine" com mais de 7.000 crianças dos EUA revelou que um terço das crianças que estavam acima do peso adequado no jardim de infância eram obesas quando chegaram à oitava série.

Além disso, uma criança que é obesa no jardim de infância tem risco quatro vezes maior de ser obesa na adolescência do que uma criança com peso normal.

"A mensagem principal é que a obesidade se estabelece muito cedo na vida e continua na adolescência e na idade adulta", afirma Ruth Loos, professora de medicina preventiva da Icahn School of Medicine, em Nova York, que não esteve envolvida com a pesquisa.

O resultado surgiu a partir da análise de um estudo que acompanhou crianças dos 5 aos 14 anos.
Segundo os autores do estudo, os dados podem ajudar a reformular iniciativas de combate à obesidade infantil e sugerem que os esforços devem começar mais cedo.

Os resultados não explicam por que isso acontece. Predisposições genéticas e ambientes que estimulem as crianças a comerem mais são algumas das razões apontadas por especialistas.

O estudo, porém, ajuda a explicar por que muitos dos esforços feitos para que as crianças percam peso muitas vezes não surtem efeitos. A resposta pode estar no fato de que muitas campanhas de combate à obesidade hoje têm como foco crianças em idade escolar, em vez de começarem antes, em crianças do jardim de infância e já com problemas de peso.

          
Estudos anteriores já relacionavam a obesidade à idade de crianças, mas não mostravam se e como o peso delas mudava com o tempo. Embora importantes para entender a obesidade infantil, as pesquisas não indicavam como a doença se desenvolve.

"É quase como se o estudo dissesse que, caso você consiga chegar ao jardim de infância sem aumento de peso, as chances de você não se tornar obeso são maiores", explica Jeffrey P. Koplan, vice-presidente do Emory Global Health Institute, em Atlanta.

O levantamento acompanhou 7.738 crianças americanas. Pesquisadores mediram a altura e o peso dos participantes sete vezes, do jardim de infância à oitava série.

Quando as crianças entraram no jardim de infância, 12,4% eram obesas. Na oitava série, esse índice era de 20,8%. Metade da crianças que eram obesas aos cinco anos permaneceu obesa quando chegou à oitava série e grande parte das crianças que eram muito obesas continuaram assim aos 14 anos.


Etnia e renda familiar foram variáveis importantes –crianças hispânicas e com renda menor tinham risco mais alto de serem obesas.

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