FONTE: Do UOL, em São Paulo (boaforma.uol.com.br).
Emagrecer já não é
uma tarefa fácil, mas manter os quilos perdidos é uma meta ainda mais difícil.
Segundo um estudo publicado no British Journal of Nutrition, a ingestão de probióticos contribuiu para que as
mulheres pudessem alcançar essa meta.
Estudos anteriores já
haviam constatado que a flora intestinal de indivíduos obesos é diferente da de
pessoas magras. O motivo dessa diferença é que uma dieta rica em gordura e
pobre em fibras promove o crescimento de certas bactérias em detrimento de
outras. Os pesquisadores da Universidade de Laval, no Canadá, tentaram
determinar se o consumo de probióticos ajudaria a repor o equilíbrio da
microbiota intestinal em favor de bactérias que promovem uma perda de peso
saudável.
Para testar a
hipótese, eles recrutaram 125 homens e mulheres com sobrepeso. Os participantes
foram submetidos a uma dieta de 12 semanas, seguida por um período de 12
semanas destinado à manutenção do peso corporal. Ao longo de todo o estudo,
metade dos indivíduos tomou dois comprimidos diariamente com probióticos da
família do Lactobacillus rhamnosus,
enquanto a outra metade recebeu um placebo.
Após o período da dieta
de 12 semanas, os cientistas observaram uma perda de peso média de 4,4 quilos
nas mulheres que consumiram o probiótico e de 2,6 quilos no grupo feminino que
tomou o placebo. No entanto, não foram observadas diferenças na perda de peso
entre os homens dos dois grupos. "Não sabemos por que os probióticos não
têm qualquer efeito sobre os homens. Pode ser uma questão de dosagem ou por o
período do estudo ter sido muito curto", afirma Angelo Tremblay, um dos
autores.
No período de
manutenção, o peso das mulheres do grupo placebo se manteve estável, mas o
grupo das que tomaram probióticos continuou a perder peso - ao todo, a média de
emagrecimento foi de 5,2 quilos por pessoa.
A pesquisa mostrou
que as mulheres que consumiram probióticos perderam duas vezes mais peso
durante as 24 semanas do estudo. Os pesquisadores também observaram uma queda
no hormônio leptina, responsável por regular o apetite, neste grupo, bem como
uma concentração inferior das bactérias intestinais relacionadas com a
obesidade.
De acordo com
Tremblay, os probióticos atuam alterando a permeabilidade da parede intestinal,
impedindo que certas moléculas pró-inflamatórias entrem na corrente sanguínea.
Este estudo utilizou
apenas uma cepa de Lactobacillus rhamnosus, mas Tremblay acredita que outros probióticos
encontrados em produtos lácteos poderiam ter efeito similar. Ele ressalta,
porém, que essas bactérias tendem a beneficiar mais pessoas que mantém uma
alimentação saudável, com baixo teor de gordura e ingestão de fibras adequada.
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