FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
O câncer de cavidade oral ou de
boca ocupa o quinto lugar geral entre a população masculina no país,
segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Na Bahia, de acordo com a
Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), no ano passado houve 710 novos casos,
sendo 490 em homens e 220 em mulheres.
A estimativa do Inca deste tipo
de câncer em homens nas
regiões é de que na região Nordeste sete casos para 100 mil e Sudeste 15 casos
para 100 mil, sendo a região que ocupa a quarta posição. Na Região
Centro-Oeste, oito casos para 100 mil, sendo a quinta colocação. Os principais
fatores de risco são o fumo, o etilismo e infecções orais pelo HPV
(papilomavírus humano).
O cirurgião-dentista Antônio
Falcão, diretor do Conselho Regional
de Odontologia da Bahia (CRO-BA), explica como é conhecido este tipo de câncer:
“Cavidade bucal ou cavidade oral ou simplesmente boca. Trata-se do mesmo sítio
ou região anatômica do corpo humano, na qual é o cirurgião-dentista o
profissional de saúde mais capacitado a atuar”.
Em relação à doença atingir mais homens que
mulheres, Falcão afirma que “nos doentes maiores de 40 anos, a maioria dos
portadores de câncer de boca é homem, fumante e consumidor de bebidas
alcoólicas. A doença pode surgir mais precocemente nas mulheres, é o que
demonstram as estatísticas e o consumo de cigarro e álcool”.
Ele frisa que as idades mais perigosas estão
entre “maiores de 40 anos de um modo geral, mas a qualquer tempo ou idade pode
haver a manifestação, cujo prognóstico para controle ou cura será agravado pelo
estadiamento (estágio) e pelo tipo histológico da lesão predominantemente”,
adverte.
Autoexame ajuda na
prevenção.
A prevenção, de acordo com o
especialista, pode ser feita através de exames periódicos completos, praticar o
autoexame continuadamente, participar das campanhas de detecção precoce
disponibilizadas pelos diversos serviços ou
instituições, públicas ou privadas.
Sobre a cura da doença, o dentista afirma
que infelizmente a maioria dos casos de câncer de boca é diagnosticada
tardiamente. Porém, tem cura “sempre quando diagnosticados precocemente e/ou em
estadiamento menos avançados”, sinaliza.
De acordo com o cirurgião, “o tratamento é
realizado por médicos, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e, quando
pertinentemente, pelo oncologista, quimioterapia ou radioterapia, podendo a
terapêutica ser bimodal na dependência do estadiamento da lesão”, afirma.
Ele complementa que “o cirurgião-dentista
atua no diagnóstico precoce, na minimização e controle dos efeitos adversos,
das complicações e sequelas e na reabilitação dos danos ou mutilações
resultantes do tratamento”.
O especialista aconselha: “Periodicamente os
pacientes devem procurar o cirurgião-dentista para que lhe seja realizado o
exame preventivo do câncer de boca. A União, o estado e os municípios,
principalmente das capitais dos estados, deveriam ter, a exemplo do Inca e do
Hospital A.C.Camargo - SP, hospitais próprios para o tratamento da doença”,
enfatizou.
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