FONTE: Amanda Palma (amanda.palma@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
A dor associada
a outros sintomas é que pode indicar um infarto ou outro problema cardíaco.
Quando
vem aquele aperto no peito, a primeira coisa que se pensa é que pode ser um
infarto. Mas, nem sempre esse é o motivo do incômodo. As razões são as mais
variadas: de gases a embolia pulmonar. O que os especialistas recomendam é que
quem sentir qualquer dor no tórax vá ao médico para que seja feito o
diagnóstico preciso e as suspeitas de algo grave descartadas.
Segundo
o cardiologista Luiz Rita, o paciente deve procurar imediatamente uma unidade
médica e evitar a automedicação. “É um perigo, a pessoa tem uma dor torácica e
fica se medicando, pensando: 'ah é uma dor de gases, é só uma dor gástrica',
toma uma pastilha, usa um remédio... Isso às vezes é perigoso. O médico é quem
vai poder dizer se é uma dor com características cardíacas ou não”, explica.
Além
de problemas coronarianos, a dor no peito pode significar outras coisas como
gastrite, esofagite, doenças gástricas, doenças pulmonares (como pneumonia),
lesões musculares (por trauma ou esforço repetitivo) e distensões musculares.
Outros
problemas mais graves que um infarto podem ter como sintoma a dor no peito,
como explica o cardiologista Marcos Barojas, diretor de comunicação da Sociedade
Brasileira de Cardiologia - Seção Bahia e vice-coordenador da unidade
coronariana do Hospital Português. “Além das situações de infarto que têm que
ser primeiro pensadas, há outras situações, como o aneurisma dissecante de
aorta - principal vaso do corpo humano - que, devido a alterações prévias, pode
se tornar frágil e ficar em situação de risco iminente. Por isso o diagnóstico
diferencial é fundamental”, explica.
O
médico também cita como exemplos o tromboembolismo pulmonar, síndrome torácica
aguda. Apenas exames podem identificar o que o paciente tem. “Algumas condições
têm que ser investigadas, fazendo eletrocardiograma, exames laboratoriais
simples e iniciais e uma boa conversa para determinar o mecanismo da dor”,
detalha Barojas.
A
dor associada a outros sintomas é que pode indicar um infarto ou outro problema
cardíaco. “Quando a dor é intensa e não passa rapidamente, a pessoa deve
procurar um serviço especializado para fazer uma melhor avaliação. Ou se uma
característica como aperto gerar um profundo mal-estar e a dor irradiar para o
braço esquerdo. Às vezes, essa regressão pode ir até uma dor de estômago,
sudorese, tontura”, explica Leopoldo Piegas, cardiologista e coordenador do
Programa de Infarto Agudo do Miocárdio do HCor (Hospital do Coração).
Riscos.
Quem possui fatores de risco como diabetes, colesterol alto, histórico de problemas cardíacos na família, hipertensão e tabagismo, deve ficar em alerta caso sinta dor no tórax. Foi o que aconteceu com o aposentado José Carlos Carvalho, 66 anos, que na semana passada foi parar em uma emergência. Ele já fez angioplastia para colocar stents nas coronárias e é acompanhado por cardiologistas.
Quem possui fatores de risco como diabetes, colesterol alto, histórico de problemas cardíacos na família, hipertensão e tabagismo, deve ficar em alerta caso sinta dor no tórax. Foi o que aconteceu com o aposentado José Carlos Carvalho, 66 anos, que na semana passada foi parar em uma emergência. Ele já fez angioplastia para colocar stents nas coronárias e é acompanhado por cardiologistas.
“Eu
fiquei sentindo um incômodo, como se o sangue não estivesse circulando. Isso só
passava quando eu tossia”, contou. Ao menor sinal da dor, resolveu ir até a
emergência, mas nada foi diagnosticado.
A
decisão de José Carlos é a recomendada pelos médicos. “A dor torácica é muito
frequente, as pessoas precisam entender que não podem esperar, não podem pagar
para ver, postergar a queixa”, ressalta Barojas.
Por
isso, o estudante Lucas Lima, 25 anos, resolveu se antecipar e visitar o médico
quando sentiu dores. “Comecei a sentir as dores e achei que estava tendo um
infarto. Eram dores fortes no peito junto com palpitações. Fui na emergência e
o médico disse que não era nada. Fiz um eletrocardiograma e não apresentou
nenhum problema”.
Mas
ele não se deu por satisfeito com a falta de diagnóstico e marcou uma consulta.
“Depois da emergência, procurei uma outra médica que disse também que não era
nada. Não fiquei contente com o diagnóstico e pedi que ela me passasse alguns
exames para eu tirar a dúvida”, diz o estudante, que pesquisou na
internet que a dor poderia também ser muscular ou ter outras causas bem menos graves.
Baixas temperaturas podem contribuir para infartos.
Alguns estudos canadenses e americanos apontam que durante o inverno o número de infartos aumenta consideravelmente. No entanto, essa realidade não é muito comum no Brasil, nem na Bahia. Segundo o cardiologista Marcos Barojas, essas situações só acontecem em locais onde a temperatura cai bastante e está abaixo de zero. “Isso acontece em locais onde há neve, com temperaturas a -10º ou mais baixas”, explica.
Alguns estudos canadenses e americanos apontam que durante o inverno o número de infartos aumenta consideravelmente. No entanto, essa realidade não é muito comum no Brasil, nem na Bahia. Segundo o cardiologista Marcos Barojas, essas situações só acontecem em locais onde a temperatura cai bastante e está abaixo de zero. “Isso acontece em locais onde há neve, com temperaturas a -10º ou mais baixas”, explica.
A
propensão a ter infartos por causa das baixas temperaturas também é maior entre
as pessoas que já possuem fatores de risco para a doença. Por causa
do frio, os vasos se comprimem e o coração precisa fazer um esforço maior para
conseguir bombear o sangue, explica o médico.
“Quem
tem um histórico de doenças adquiridas, ao se expôr a um processo de
entupimento progressivo isolado dos vasos, tem no frio um gatilho que
desencadeia o desequilíbrio e que destrói esses vasos. Quando o frio ocorre, o
vaso se contrai e o coração faz um esforço maior, gerando a descompensação, o
que provoca uma série de fenômenos internos”, detalha o médico.
No
entanto, o cardiologista Luiz Rita, pondera que não apenas o frio pode ser o
estopim para o infarto nos locais onde neva. Segundo ele, um estudo recente no
Canadá apontou que nos meses em que a quantidade de neve era maior, o número de
infartos também aumentava. “Eles relacionaram isso ao esforço que as pessoas
faziam para retirar a neve das casas e às vezes não tinham o preparo físico
para essa atividade. Temos que olhar o dado com um certo pragmatismo. Não é
necessariamente o inverno que provoca o infarto, mas condições outras que estão
presentes no inverno”, explica.
O
cardiologista Leopoldo Piegas alerta ainda para a necessidade das pessoas
tomarem a vacina contra a gripe e a pnemonia, que pode evitar futuros problemas
cardíacos.
“Uma
coisa muito importante em relação ao frio, é que as pessoas devem ser vacinadas
contra a gripe, devem ser vacinadas também contra a pneumonia. Uma gripe pode
piorar uma situação cardíaca, pois exige mais do coração, o que pode causar
infartos mais frequentes”, explica.
A
doença é mais um esforço para o coração, segundo o cardiologista. “Todo o
esforço do organismo, qualquer que seja, desde uma simples corrida a um
estresse, exige mais do coração. Ele bate mais e se a pessoa tem um problema
coronário, pode piorar até culminar em um infarto”, completa.
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