FONTE: *** Jairo Bouer (http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Processar informações
para a tomada de decisão e planejar ou organizar tarefas simples, como uma
compra no supermercado, são capacidades ameaçadas pelo abuso eventual de álcool
e drogas como maconha, cocaína e tranquilizantes, segundo um estudo da Escola de
Saúde Pública e do Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados
Unidos.
Em um artigo
publicado na revista científica Addiction, os pesquisadores revelam que
problemas cognitivos como os citados acima não são exclusividade de quem é
viciado nessas substâncias. Quem consome de vez em quando também sofre deficits
de atenção e prejuízos nas chamadas funções executivas do cérebro, aquelas que
permitem o planejamento e a tomada de decisões complexas.
A equipe analisou
dados de 36.085 entrevistados de um grande estudo epidemiológico, uma amostra
representativa da população norte-americana com mais de 18 anos. Metade era do
sexo feminino e tinha 45 anos ou mais, e 60% tinham feito faculdade. Ao todo,
1% abusava de cocaína e 33% exagerava na bebida.
Os deficits de
atenção mais preocupantes foram associados ao uso frequente e também ao uso
eventual, mas em grandes quantidades, de drogas estimulantes. E o nível mais
baixo de funcionamento executivo foi encontrado nos usuários de cocaína e nas
pessoas que consomem grandes quantidades de álcool em períodos curtos (“binge
drinking”, ou beber em binge) – mais de quatro doses, para as mulheres, e mais
de cinco, para os homens.
Os autores dizem que
a abstinência e o uso reduzido de substâncias certamente protege o cérebro
desses deficits. Mas eles querem descobrir, no futuro, se hábitos saudáveis,
como dieta equilibrada, atividades físicas e intelectuais, também podem evitar
perdas cognitivas entre os usuários de álcool e drogas.
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