A raiva pode ocasionar problemas
de saúde.
Quando
foi a última vez que você sentiu raiva? Lembra o que provocou essa emoção, como
você se sentiu e como reagiu diante dela? Foi compatível com o motivo do seu
descontentamento?
Refletir
sobre esse sentimento, que pode ir de uma irritação leve a uma fúria intensa e
devastadora, é o primeiro passo para aprender a lidar de forma positiva com
ele.
Não é
errado sentir raiva, visto que ela é uma emoção básica humana, assim como a
alegria, a tristeza e o medo, por exemplo. Ela surge em diferentes situações:
quando nos sentimos injustiçados, envergonhados, humilhados, entre tantas
possibilidades.
“Ninguém
consegue não sentir raiva. O que muda é a forma como a pessoa interpreta e lida
com essa emoção. Quem consegue perceber e interpretar age de forma mais
afetiva, sem o vigor que essa emoção tem, sem agredir ou gritar”, diz a
psicóloga e neuropsicóloga Carolina Marques.
Segundo
ela, a raiva pode ocorrer por fatores internos, externos ou traumas.
O
problema é que não temos a cultura de falar sobre sentimentos, principalmente
daqueles que não são confortáveis e vistos como ruins, diz Rose Meire Mendes de
Almeida, doutora em psicologia social pela Universidade de São Paulo.
“Quando
nego ou deixo de elaborar de forma positiva, ela pode se transformar em uma
resposta violenta, de apatia, causando danos para fora ou para dentro de mim”,
afirma.
Consequências.
A
neuropsicóloga explica que, diante da raiva, o cérebro produz cortisol,
hormônio liberado em situação de estresse. “Ele gera baixa imunidade, o que
pode provocar tudo o que a pessoa estiver predisposta a ter: gastrite, úlcera,
alteração na pressão arterial, problemas cardiovasculares e psicológicos”, diz
Carolina.
Externamente,
a pessoa pode adquirir um comportamento agressivo perante a sociedade. “O maior
afetado é a capacidade de estabelecer bons vínculos, porque a pessoa estará
sempre em estado de alerta e com medo, em que acaba surgindo a agressividade”,
explica Rose Meire.
E sabe
aquele amigo que tem o pavio curto? Carolina diz que existem pessoas que tem
mais raiva do que outras. “São pessoas que têm tendência a fazer interpretações
negativas sobre o mundo e muitas vulnerabilidades internas”, explica. Nesses
casos, ela recomenda fazer terapia.
Soluções.
Carolina
diz que, quando se está com raiva, é preciso se perguntar: ‘O que estou
sentindo é proporcional à situação?’. Refletir sobre o momento, gerenciar de
forma positiva a emoção e poder expressar verbalmente o descontentamento são
ações importantes, segundo as especialistas.
Rose
Meire lembra que é preciso ver a raiva com naturalidade. “Como seres humanos,
somos movidos a sentimentos e emoções que não temos controle, mas podemos
controlar o que fazer e como se sentir, e vamos adquirindo isso ao longo do
tempo”, diz.
Então,
seguem algumas dicas das especialistas para lidar melhor com os momentos de
raiva:
- Pense antes de falar: embora seja difícil se controlar nessas horas, pare e
reflita sobre a situação;
- Expresse a raiva: se
ela foi motivada por alguém, diga que não se sentiu bem, que não ficou
confortável com a situação ou como gostaria que algo fosse dito ou feito;
- Canalize a raiva: essa
emoção libera neurotransmissores como a adrenalina e noradrenalina, que deixam
a pessoa com mais energia e disposição. Pratique alguma atividade física,
libere a raiva, e hormônios benéficos serão liberados;
- Busque soluções: ao
identificar os motivos e as situações em que a raiva surge, é possível pensar
em como solucionar os fatores antes que ela apareça.
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