FONTE: Lucas Borges Teixeira, Colaboração para o UOL, http://noticias.uol.com.br
Dois novos
tratamentos prometem revolucionar o combate à enxaqueca crônica. Os
experimentos, publicados no renomado "The New England Journal of
Medicine" na última quinta-feira (30), trazem o primeiro grupo de drogas
desenvolvido especificamente para este problema.
Duas experiências
foram publicadas. A primeira pesquisa colocou 955 pacientes divididos em três
grupos: um tratado com 70 mg do anticorpo "erenumabe", outro com 140
mg e outro com placebo durante seis meses. O primeiro grupo viu o número de
enxaqueca reduzir, em média, 3,2 dias; o segundo, em 3,7 dias; enquanto o
terceiro, apenas 1,8 dia.
De acordo com a
pesquisa, o único efeito colateral relatado de forma mais ampla pelos pacientes
foi uma dor no local da aplicação da injeção.
Na segunda, o
anticorpo usado chama-se "fremanezumabe". Nesta, 1130 pacientes
também foram divididos em três grupos no mesmo período: um recebia a droga
trimestralmente; outro, mensalmente; e outro, placebo. O primeiro grupo
experimentou uma diminuição mensal de 50%; o segundo, de 40%; enquanto o
terceiro de 18%.
De acordo com o
neurologista Mário Peres, do Hospital Israelita Albert Einstein, a grande
diferença deste tratamento é que, pela primeira vez, ele ataca diretamente uma
das fontes da enxaqueca, a molécula CGRP.
"Pessoas com a
molécula CGRP tendem a apresentar níveis maiores de enxaqueca", explica o
neurologista. "A aplicação da substância joga o anticorpo para sequestrar
esta molécula, o que a diminui em níveis razoáveis e a enxaqueca não dispara
tanto."
Atualmente, a
medicina usa outros tratamentos para resolver o problema. "Geralmente,
tratamos enxaqueca com uma série de medicamentos ou outras formas, como a
aplicação de botox, por exemplo, mas esta é uma substância usada para outros
fins", afirma Peres.
A medicação deverá
ser aprovada pela FDA (Food And Drug Administration), órgão regulador de
medicamentos nos Estados Unidos, no primeiro semestre de 2018, o que acarretará
na liberação de diversos países. No Brasil, estima-se que será liberado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre de 2018
ou no começo de 2019.
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