FONTE: *** Gabriela Guimarães e Veridiana Mercatelli, Colaboração para o UOL, http://estilo.uol.com.br
Conseguir gerar um filho, para muitos casais, não
é fácil. Não raramente, é preciso encarar problemas de fertilidade, que podem
ser um balde de água fria para quem deseja aumentar a família. Para ajudar a
sanar algumas dúvidas sobre o assunto, listamos perguntas e respostas dadas por
especialistas.
Mulheres com mais idade tendem a ter
problemas com fertilidade?
Sim. A fertilidade feminina começa a declinar a
partir dos 36 anos. Como acontece o envelhecimento dos óvulos, as chances
diminuem e aumenta a probabilidade de surgirem cromossomopatias, ou seja,
cromossomos a mais ou a menos, responsáveis por síndromes como a de Down.
Estudos sugerem também que a idade masculina seja um fator importante.
Quais outras causas mais comuns da
infertilidade?
Nas mulheres, as causas são separadas por
localização. Há o chamado fator ovariano, como a Síndrome dos Ovários
Policísticos (SOP) e a baixa reserva ovariana; o fator tubário, como as
obstruções inflamatórias das tubas uterinas; o fator uterino, como as
malformações uterinas e alguns tipos de miomas e endometriose. Já em homens, as
razões mais comuns são: baixa produção de espermatozoides, fatores hormonais,
varicocele, criptorquidismo (quando não há uma descida correta de um ou ambos
os testículos), exposição a agentes nocivos aos testículos, estresse,
sedentarismo, obesidade, uso de drogas lícitas e ilícitas, vasectomia ou
trauma, além de acidentes raquimedulares (lesão de na coluna vertebral, que
pode incluir a medula ou as raízes nervosas).
Algumas doenças sexualmente
transmissíveis podem causar infertilidade?
Sim. As principais são a gonorreia e a clamídia.
Essa última, em casos mais severos, pode levar à obstrução tubária e até à
remoção cirúrgica das trompas.
Quanto tempo é considerado normal um
casal tentar engravidar, sem ser considerado infértil?
Sociedades de reprodução humana indicam que um
casal de até 34 anos de idade, mantendo relações sexuais por, pelo menos, 3
vezes na semana, engravidem em um período de no máximo 12 meses. Passado esse
tempo, é recomendável buscar um especialista. Entre 36 e 38 anos, é bom esperar
seis meses para procurar um profissional. E acima de 39, pode-se procurar ao
começar a tentar.
Quais exames são feitos para constatar
infertilidade na mulher e no homem?
Para os homens, o espermograma permite que o
médico constate a presença ou ausência de espermatozoides. Outros exames são
cariótipo, perfil hormonal, ultrassom da bolsa escrotal e pesquisa de
fragmentação do DNA espermático. Para as mulheres, os exames são um pouco mais
invasivos e complexos. Na primeira consulta pede-se perfil hormonal, ultrassom
pélvico, ultrassom dos ovários e a histerosalpingografia, um raio X do útero e
das trompas uterinas.
Quais tratamentos existem para pessoas
inférteis?
São basicamente três: coito programado – a mulher
recebe medicamentos que induzem a ovulação e o casal se programa para ter
relação naquele período. A taxa de gestação é de aproximadamente 20%.
Inseminação intrauterina - que coloca o sêmen no útero próximo ao momento da
ovulação. A taxa de gestação também é de aproximadamente 20%. E fertilização in
vitro, que conduz o processo de fecundação do óvulo pelo espermatozoide fora do
corpo e transfere para o corpo da mulher o embrião formado. A taxa de gestação
é de aproximadamente 40%.
Sobrepeso é um fator que dificulta a
fertilidade?
Sim, é um fator importante que leva à
infertilidade masculina e feminina e deve ser combatida por múltiplos
especialistas. Afinal, quando o metabolismo funciona mal, os hormônios acabam
pagando o preço. A pessoa pode ter diabetes, hipertensão, entre outros
problemas que dificultam a fertilidade.
Mulheres que tiveram abortos espontâneos
terão mais dificuldade em engravidar novamente?
Não. Abortamentos são muito frequentes, acontecem
em cerca de 20% das gestações. E indicam que a pessoa consegue engravidar -
ainda que ela tenha abortado, várias etapas do processo se mostraram
funcionais. Mas se aconteceu uma vez, é bom ter o acompanhamento médico para a
próxima tentativa.
Depois que se tentou de tudo, como lidar
com a notícia da impossibilidade de ter filhos?
É importante não procurar culpados nessa hora. E
pensar que sempre há alternativas como a doação de óvulos, de sêmen, cessão
temporária de útero (barriga de aluguel), além, é claro, da adoção.
*** Fontes: Eduardo Hideki
Miyadahira, médico especialista em reprodução assistida do Centro de Reprodução
Humana Santa Joana.Márcio Coslovsky, diretor médico da Primordia Medicina
Reprodutiva. Philip Wolff, embriologista responsável na Clínica Genics.
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