FONTE: Carolina Prado, Colaboração para o UOL, http://estilo.uol.com.br
Três em cada quatro mulheres terão dor na relação
sexual em algum momento da vida. A afirmação é do ginecologista e obstetra
Giuliano Bedoschi, especialista em reprodução humana pela Escola Paulista de
Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “Para algumas, pode
ser um problema temporário, mas outras podem apresentar dor repetidamente. No
segundo caso, é preciso investigar”, diz. Chamada tecnicamente de dispareunia,
pode ter diversas causas. Listamos as mais comuns:
1. Falta de lubrificação.
A lubrificação vaginal é a resposta feminina à
excitação. Para que ela aconteça é preciso que haja o desejo sexual. Se a
mulher transar sem vontade, sua vagina não estará preparada para receber o
pênis e, consequentemente, terá dor ao ser penetrada. “Problemas emocionais
podem estar relacionados com a falta de vontade, como estresse, ansiedade,
cansaço, preocupação, vergonha e desgaste no relacionamento”, diz o
ginecologista. Nem sempre é fácil para algumas mulheres abordar a vida sexual
com o médico ou parceiro, mas é importante considerar este a falta de desejo
sexual ao relatar o problema.
2. Problemas hormonais.
Outros fatores podem prejudicar a lubrificação.
“Baixos níveis de estrógenos, como na menopausa, podem causar um afinamento da
parede vaginal com diminuição de suas glândulas e, consequentemente,
dificuldades de lubrificação”, explica o ginecologista e obstetra Ivan
Sinigaglia, professor do curso de Medicina da Uniderp. Alguns remédios também
interferem na excitação e, consequentemente, na lubrificação, como ansiolíticos
e antidepressivos, além da pílula anticoncepcional. “Problemas de tireoide,
artrite, diabetes também diminuem o desejo”, diz Bedoschi.
3. Alergia.
A alergia por produtos lubrificantes pode causar
dor, já que tem ação direta na mucosa da vagina, provocando irritação e
inflamação, tipo uma “queimadura”. O mesmo pode acontecer com alergia ao
material dos vibradores. “No caso dos lubrificantes, os solúveis em água são os
mais indicados. Também é importante que o material dos vibradores seja de fácil
higienização, como o plástico ou silicone, sem porosidades”, fala o
ginecologista e obstetra Rodrigo da Rosa, especialista em reprodução humana. Ao
sentir alguma ardência ou desconforto, é importante parar de usar os produtos.
4. Inflamações e infecções.
A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida
albicans. É o mesmo agente do sapinho, que pode aparecer na criança ou
adulto que esteja com imunidade comprometida. “Ela provoca uma inflamação desde
o ânus, períneo e vulva, até o colo do útero. A coceira pode ser insuportável”,
explica Sinigaglia. Durante a penetração, a mulher pode sentir queimação e
ardência intensas.
5. Vaginismo.
Trata-se de uma síndrome que tem como
característica a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos
músculos do períneo adjacentes à vagina, na tentativa de penetração. Às vezes,
é até difícil fazer exames ginecológicos em quem tem o problema. “O tratamento
para o vaginismo exige fisioterapia com exercícios perineais e psicoterapia”,
diz Rosa.
6. DST.
A clamídia, por exemplo, tem sintomas como dor
constante no “pé da barriga” e dor profunda na penetração. “Outras doenças
apresentam, inicialmente, uma lesão pequena, avermelhada, que fica por um tempo
e depois some, como a sífilis. Some a lesão, mas a doença continua a progredir
e vai voltar a dar sintomas já numa fase mais avançada. Outras se mostram por
meio de corrimento de cores características e odores muito fortes, como o Trichomonas
vaginalis”, conta Ivan Sinigaglia. Procure o médico o quanto antes e nunca
se medique com indicação de amigas ou do farmacêutico. Só com o diagnóstico
médico é possível tratar corretamente, sem o risco de a situação piorar.
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