FONTE: *** Thamires Andrade, do UOL, em Chicago (noticias.uol.com.br).
Um estudo
publicado em fevereiro deste ano no períodico Jama Internal Medicinequestionou a segurança do uso de
medicamentos análogos do GLP-1 para o tratamento de pacientes com diabetes. Segundo a pesquisa, os diabéticos tipo 2 que faziam uso
da medicação tinham até o dobro de riscos de ter pancreatite aguda e alguns
cânceres. No entanto, os especialistas ouvidos pelo UOL Saúde defendem o uso dos análogos do GLP-1,
pois eles aumentam a secreção de insulina, diminuem a fome e a incidência de
hipoglicemia.
O liraglutida, comercialmente vendido
como Victoza, e o exosenatida, com o nome comercial de Byetta, já são vendidos
no Brasil. A Sanofi pretende trazer sua versão, o lixisenatida, com o nome de
Lyxumia, no início do ano que vem.
O endocrinologista Freddy Eliaschewitz,
da Universidade de São Paulo (USP), questiona a metodologia do estudo e
acredita que ele é alarmista. "A própria obesidade é um fator que aumenta
muito o risco de desenvolver câncer e outras doenças", afirma. Um dos
benefícios desses medicamentos é a promoção da perda de peso, fato positivo para os pacientes diabéticos tipo 2, que
normalmente estão acima do peso.
O tratamento com medicamentos desse tipo
também são aprovados pela ADA (Associação Americana de Diabetes). "O
algoritmo do tratamento recomendado pela associação começa com alteração no
estilo de vida, somado à metformina, e depois são acrescentadas outras opções,
dentre elas os análogos do GLP-1", afirma o endocrinologista Marcos
Antônio Tambáscia, chefe da disciplina na Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo a endocrinologista Isabela
Bussade, orientadora científica da Pronokal, um dos mecanismos envolvidos no
início do diabetes é a deficiência, ou menor ação, do hormônio GLP-1, que é
produzido no intestino e tem a capacidade de estimular a produção de insulina
pelas células beta-pancreáticas. "Quando um agonista [molécula simular] é
feito, ele também estimula o mesmo receptor e, consequentemente, estimula mais
a secreção de insulina", explica Bussade.
Essa classe de medicamentos já é
utilizada no Brasil há cinco anos e seus efeitos colaterais se referem ao trato
gastrointestinal. "É comum sentir náuseas e distensão abdominal, mas
quando o medicamento é combinado com uma dieta adequada esses efeitos são minimizados", relata a
médica.
***
A
repórter viajou a convite da Sanofi.
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