sábado, 6 de julho de 2013

ESPECIALISTAS QUESTIONAM ESTUDO E VÊ RISCO EM NOVAS DROGAS PARA DIABETES...

FONTE: *** Thamires Andrade, do UOL, em Chicago (noticias.uol.com.br).

Um estudo publicado em fevereiro deste ano no períodico Jama Internal Medicinequestionou a segurança do uso de medicamentos análogos do GLP-1 para o tratamento de pacientes com diabetes. Segundo a pesquisa, os diabéticos tipo 2 que faziam uso da medicação tinham até o dobro de riscos de ter pancreatite aguda e alguns cânceres. No entanto, os especialistas ouvidos pelo UOL Saúde defendem o uso dos análogos do GLP-1, pois eles aumentam a secreção de insulina, diminuem a fome e a incidência de hipoglicemia.

O liraglutida, comercialmente vendido como Victoza, e o exosenatida, com o nome comercial de Byetta, já são vendidos no Brasil. A Sanofi pretende trazer sua versão, o lixisenatida, com o nome de Lyxumia, no início do ano que vem.
O endocrinologista Freddy Eliaschewitz, da Universidade de São Paulo (USP), questiona a metodologia do estudo e acredita que ele é alarmista. "A própria obesidade é um fator que aumenta muito o risco de desenvolver câncer e outras doenças", afirma. Um dos benefícios desses medicamentos é a promoção da perda de peso, fato positivo para os pacientes diabéticos tipo 2, que normalmente estão acima do peso.
O tratamento com medicamentos desse tipo também são aprovados pela ADA (Associação Americana de Diabetes). "O algoritmo do tratamento recomendado pela associação começa com alteração no estilo de vida, somado à metformina, e depois são acrescentadas outras opções, dentre elas os análogos do GLP-1", afirma o endocrinologista Marcos Antônio Tambáscia, chefe da disciplina na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo a endocrinologista Isabela Bussade, orientadora científica da Pronokal, um dos mecanismos envolvidos no início do diabetes é a deficiência, ou menor ação, do hormônio GLP-1, que é produzido no intestino e tem a capacidade de estimular a produção de insulina pelas células beta-pancreáticas. "Quando um agonista [molécula simular] é feito, ele também estimula o mesmo receptor e, consequentemente, estimula mais a secreção de insulina", explica Bussade.
Essa classe de medicamentos já é utilizada no Brasil há cinco anos e seus efeitos colaterais se referem ao trato gastrointestinal. "É comum sentir náuseas e distensão abdominal, mas quando o medicamento é combinado com uma dieta adequada esses efeitos são minimizados", relata a médica.

*** A repórter viajou a convite da Sanofi.

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