quinta-feira, 1 de junho de 2017

COMISSÃO DO ESPANHOL NÃO ACEITA PROPOSTA E HOSPITAL VAI A LEILÃO...

FONTE: Gabriele Galvão, TRIBUNA DA BAHIA.

A Comissão de Credores, formada por advogados de funcionários, tem até esta quinta-feira (1/6) para apresentar por escrito aos juízes a motivação da recusa da proposta.
Apenas o Instituto de Gestão e Humanização da Bahia (IGH) apresentou proposta de compra do Hospital Espanhol - fechado desde 2014 -, ontem (31/5), durante audiência, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5-BA). O valor oferecido de R$123 milhões, sendo desses, R$70 milhões direcionados às dívidas trabalhistas em 77 parcelas mensais e outros R$53 milhões encaminhados para saldar divida com o Desenbahia, não foi aceita pela Comissão de Credores do Hospital Espanhol.
A presidente da Real Sociedade Espanhola de Beneficiência, que gere o hospital espanhol, Niéves Andrés, esclareceu que o valor não cobre os débitos que estão na casa dos R$ 150 milhões. “É uma proposta indecorosa, visto que não contempla em nada os sócios, além de ter sido apenas uma empresa atrelada ao Governo que manifestar o interesse em aquisição da unidade de saúde”, ressaltou. Em março deste ano, o governador Rui Costa havia dito que queria transformar o Hospital Espanhol em Hospital do Servidor em uma parceria com o Planserv. 
A Comissão de Credores, formada por advogados de funcionários, tem até esta quinta-feira (1/6) para apresentar por escrito aos juízes a motivação da recusa da proposta. O diretor da central de execuções do TRT Bahia, Rogério Fagundes, explicou que caso a proposta não seja homologada pelos juízes, o TRT5 realizará leilão de venda no próximo dia 7 de junho, a partir das 8h30, na Sala de Sessões do Pleno do TRT5, em Nazaré.
Após ter decretado falência em setembro de 2014, o Hospital Espanhol foi fechado com cerca de R$130 milhões em dívidas trabalhistas. O TRT5 determinou a venda da unidade de saúde, em dezembro do ano passado, para que estes débitos sejam quitados. Já a dívida de R$ 53 milhões com a Desenbahia é decorrente de um empréstimo não pago e outra superior a R$ 57 milhões devido à outra operação de crédito. A Desenbahia chegou a pedir falência do Hospital, mas teve o pedido negado pela Justiça.

Entenda o caso.
Em crise desde 2013, o Hospital Espanhol suspendeu todas as atividades em setembro de 2014, demitindo mais de dois mil funcionários e transferindo os pacientes que estavam internados para outras unidades da cidade. Para impedir a venda da unidade de saúde, o então governador da Bahia, Jaques Wagner, assinou um decreto declarando os imóveis pertencentes à Real Sociedade Espanhola de Beneficência, bens de utilidade pública após especulações de que a estrutura entraria para rede hoteleira por conta da crise.

Com isso, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) fixou avisos de vistoria em todos os setores da unidade de saúde, para garantir a manutenção do patrimônio, que não poderia ser usado para outra finalidade. Desde 2013, em meio ao período de dificuldades financeiras, o atendimento no setor de emergência da unidade de saúde chegou a ser suspenso em várias ocasiões. Além disso, médicos e outros funcionários do hospital também paralisaram as atividades várias vezes, por atraso no pagamento de salários.

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