FONTE: Gabriele Galvão, TRIBUNA DA BAHIA.
A Comissão de Credores, formada
por advogados de funcionários, tem até esta quinta-feira (1/6) para apresentar
por escrito aos juízes a motivação da recusa da proposta.
Apenas
o Instituto de Gestão e Humanização da Bahia (IGH) apresentou proposta de
compra do Hospital Espanhol - fechado desde 2014 -, ontem (31/5), durante
audiência, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5-BA). O valor
oferecido de R$123 milhões, sendo desses, R$70 milhões direcionados às dívidas
trabalhistas em 77 parcelas mensais e outros R$53 milhões encaminhados para
saldar divida com o Desenbahia, não foi aceita pela Comissão de Credores do
Hospital Espanhol.
A
presidente da Real Sociedade Espanhola de Beneficiência, que gere o hospital
espanhol, Niéves Andrés, esclareceu que o valor não cobre os débitos que estão
na casa dos R$ 150 milhões. “É uma proposta indecorosa, visto que não contempla
em nada os sócios, além de ter sido apenas uma empresa atrelada ao Governo que
manifestar o interesse em aquisição da unidade de saúde”, ressaltou. Em março
deste ano, o governador Rui Costa havia dito que queria transformar o Hospital
Espanhol em Hospital do Servidor em uma parceria com o Planserv.
A
Comissão de Credores, formada por advogados de funcionários, tem até esta
quinta-feira (1/6) para apresentar por escrito aos juízes a motivação da recusa
da proposta. O diretor da central de execuções do TRT Bahia, Rogério Fagundes,
explicou que caso a proposta não seja homologada pelos juízes, o TRT5 realizará
leilão de venda no próximo dia 7 de junho, a partir das 8h30, na Sala de
Sessões do Pleno do TRT5, em Nazaré.
Após ter decretado falência em setembro de 2014, o Hospital
Espanhol foi fechado com cerca de R$130 milhões em dívidas trabalhistas. O TRT5
determinou a venda da unidade de saúde, em dezembro do ano passado, para que
estes débitos sejam quitados. Já a dívida de R$ 53 milhões com a Desenbahia é
decorrente de um empréstimo não pago e outra superior a R$ 57 milhões devido à
outra operação de crédito. A Desenbahia chegou a pedir falência do Hospital,
mas teve o pedido negado pela Justiça.
Entenda o caso.
Em crise desde 2013, o Hospital Espanhol suspendeu todas as atividades em setembro de 2014, demitindo mais de dois mil funcionários e transferindo os pacientes que estavam internados para outras unidades da cidade. Para impedir a venda da unidade de saúde, o então governador da Bahia, Jaques Wagner, assinou um decreto declarando os imóveis pertencentes à Real Sociedade Espanhola de Beneficência, bens de utilidade pública após especulações de que a estrutura entraria para rede hoteleira por conta da crise.
Com isso, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) fixou avisos de vistoria em todos os setores da unidade de saúde, para garantir a manutenção do patrimônio, que não poderia ser usado para outra finalidade. Desde 2013, em meio ao período de dificuldades financeiras, o atendimento no setor de emergência da unidade de saúde chegou a ser suspenso em várias ocasiões. Além disso, médicos e outros funcionários do hospital também paralisaram as atividades várias vezes, por atraso no pagamento de salários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário