FONTE: Juliana Parente, Colaboração para o UOL, (http://estilo.uol.com.br).
Adoçar bebidas e receitas nunca gerou tantas dúvidas. Isso porque as opções de açúcar e adoçantes estão cada vez mais variadas (xilitol e taumatina são as novidades mais comentadas), além de terem se popularizado versões mais exóticas de açúcar, como o extraído do coco ou da beterraba.
A grande diferença em relação ao açúcar refinado
começa pelo preço – ironicamente bem mais salgado. E, se é mesmo o caso de
pagar mais caro, o jeito é entender melhor que vantagens cada um desses
produtos oferece – todas os produtos contêm riscos, benefícios e composição
calórica para ajudar quem se preocupa com o controle de peso. A título de
comparação, uma colher de chá de açúcar refinado (equivalente a 5g) contém
20kcal.
Acompanhe as dicas da nutricionista Daniela Jobst
e da endocrinologista Maria Fernanda Barca, fazendo a escolha certa entre seis
produtos que vêm ganhando destaque nas prateleiras.
1. Xilitol (1 colher de chá ou um sachê
de 5g: 12kcal).
O que é: açúcar encontrado nas
fibras das frutas, vegetais e cogumelos.
Vantagens: indicado como substituto do açúcar e de outros adoçantes por ser uma fonte natural, é encontrado na fibra de vegetais. Pode ser utilizado na culinária em preparações de doces e para adoçar bebidas, já que seu gosto é muito semelhante ao açúcar comum.
Riscos: em altas dosagens pode acarretar desconfortos gástricos, inchaço e diarreia. A quantidade máxima diária capaz de gerar diarreia é muito variável e ainda causa muita controvérsia entre os nutricionistas. Mas, para homens, o limite mais aceito é de 0,37g por quilo de peso. No caso das mulheres este número é de 0,42g por quilo de peso. Na prática clínica, no entanto, as nutricionistas observam que doses muito menores já desregulam o intestino e recomendam que o consumo não ultrapasse 15mg de xilitol por quilo de peso tanto para homens quanto mulheres.
2. Stevia (1 colher de chá ou um sachê
de 5g: 0kcal).
O que é: adoçante natural,
extraído de uma planta chamada Stevia rebaudia.
Vantagens: é uma alternativa natural de adoçar preparações e bebidas, pois não contém calorias. Muito usada no tratamento do diabetes e em dietas de emagrecimento.
Riscos: para tornar o paladar mais agradável, alguns fabricantes adicionam outros tipos de edulcorantes, prejudiciais à saúde, na fórmula.
3. Agave (1 colher de chá ou um sachê de
5g: 9kcal).
O que é: chamado de néctar de
agave ou xarope de agave é extraído de um tipo de cacto originário do México e
sua consistência é parecida com o mel.
Vantagens: é uma opção natural e pode ser um substituto do mel para a população vegana que não apresenta risco de diabetes, triglicérides altos ou sobrepeso.
Riscos: contém uma grande quantidade de frutose, daí a recomendação de uso moderado. A frutose, quando metabolizada, dá origem à gordura rapidamente (o fígado quebra esse açúcar, convertendo em triglicerídeos, prejudiciais à saúde quando em excesso). Não substitui nenhum tipo de adoçante, porque é rico em frutose e causa sobrecarga no fígado (como acontece com a sacarose).
4. Açúcar de coco (1 colher de chá ou um
sachê de 5g: 19kcal).
O que é: o açúcar de coco é
extraído a partir das palmas do coco, portanto retira-se a seiva, que passa
para o processo de desidratação por aquecimento até chegar à moagem/trituração.
Vantagens: tem índice glicêmico bem mais baixo do que o açúcar refinado - o que evita os picos de insulina no organismo -, além de contar com vitaminas do complexo B, cálcio, zinco, ferro, fósforo e magnésio. É uma alternativa ao açúcar refinado por ter uma qualidade nutricional superior, mas não é alternativa para quem precisa de adoçantes por causa de diabetes ou controle de peso, por exemplo.
Riscos: se o consumo for exagerado, oferece os mesmos riscos à saúde que o açúcar de cana, como o descontrole da glicemia sanguínea e aumento de gordura corporal.
5. Açúcar de beterraba (1 colher de chá
ou um sachê de 5g: 13kcal).
O que é: açúcar extraído da
beterraba por um tipo de moagem, em que se extrai a sacarose. Após isso, a
calda deve ser limpa e adicionam-se substâncias alcalinas. O caldo
transforma-se em xarope e, por um processo de aquecimento, formam-se cristais.
Ele ainda difícil de encontrar no Brasil e, muitas vezes, vendido sob a
denominação de “farinha”.
Vantagens: nenhuma, comparando com o açúcar de cana. Todos os nutrientes contidos na beterraba perdem-se com o processo de refinamento.
Riscos: os mesmos riscos que o açúcar da cana, como diabetes e acúmulo de gordura corporal.
6. Taumatina (1 colher de chá ou um
sachê de 5g: 0,03kcal).
O que é: adoçante natural,
extraído de uma flor africana, que pode ser aquecido em altas temperaturas sem
sofrer alterações em sua composição.
Vantagens: não contém calorias e não deixa gosto na boca, além de oferecer alto poder adoçante: é cerca de 1.300 vezes mais doce que o açúcar da cana.
Riscos: consumir taumatina associada a outros adoçantes, em geral ela vem associada a stevia e maltitol (que, em excesso, não é absorvido pelo intestino e causa diarreia, como acontece com o xilitol). Leia o rótulo antes de comprar para ter certeza do que você está consumindo. Uma alternativa é mandar manipular taumatina 100%, com prescrição de nutricionista.
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