A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa)
emitiu, na última segunda-feira (12), um alerta sobre a notificação imediata de
possíveis casos de peste humana no Estado. De acordo com o órgão, ainda não há
casos confirmados.
A doença, também conhecida como peste
bubônica, é transmitida pela bactéria Yersinia Pestis, presente em roedores,
como ratos, camundongos, capivaras e porquinhos-da-índia. O humano não é seu
hospedeiro natural, mas pode contraí-lo caso seja mordido pelo animal, por uma
pulga infectada (transmissão indireta) ou, em caso de pneumonia grave, de
inalação do ar contaminado.
"É predominantemente
rural", afirma a Dra. Cely Aboud, chefe do departamento de infectologia do
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo. "Você precisa
invadir o ambiente destes roedores e ser mordido."
A bactéria é a mesma responsável pela
peste negra, que matou milhões de pessoas na Europa durante a Idade Média. No
entanto, de acordo com Aboud, não há motivo para alarde. "O risco [de uma
pandemia] é próximo do zero", afirma a especialista. "Antes, as
pessoas conviviam com ratos, não havia saneamento nos centros urbanos. Hoje, há
condições de higiene e tratamento por antibióticos. "
"Por isso é importante
documentar, caso chegue um paciente com os sintomas", continua Aboud.
"Os profissionais de saúde têm de saber, porque é algo que a gente nem
pensa mais, de tão antigo." De acordo com a Sesa, o último caso de peste
humana registrado no Ceará ocorreu em 2005, no município de Pedra Branca,
região central.
Segundo a secretaria, as principais
áreas de risco concentram-se nas serras do Uruburetama, do Macaco, de Baturité,
de Ibiapaba, das Matas, de Pedra Grande e na Chapada do Araripe.
"Se você invadir o espaço que
pode haver estes roedores, como em uma caminhada, não vá desprotegido. É bom
cobrir as pernas, por exemplo.", aconselha a Dra. Aboud.
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