FONTE: Gabriel Francisco Ribeiro,
Do UOL, em São Paulo, (http://tecnologia.uol.com.br).
6,0.mil
Que atire a primeira pedra quem nunca foi tomar banho e deixou aquela
música ou vídeo rolando no celular dentro do banheiro, né? Pois temos uma
informação muito importante para você que é adepto dessa prática: pare
imediatamente, pois o seu celular está se danificando com essa prática.
O UOL Tecnologia conversou com três assistências técnicas de
smartphones em São Paulo que confirmaram a grande frequência de casos do tipo
que aparecem nas lojas. O professor Antônio Carlos Gianoto, do Centro
Universitário da FEI, também alerta para não levar o celular para o banheiro no
momento do banho. Mas fique tranquilo: não é a sua cantoria ruim no chuveiro
que está estragando o celular.
Não é aconselhável deixar o aparelho em ambientes com muito vapor. Se
não for fazer vapor d'água, tudo bem. Mas quem faz o banho virar uma sauna pode
causar danos ao smartphone".
professor Antônio Carlos Gianoto, do Centro Universitário da FEI.
professor Antônio Carlos Gianoto, do Centro Universitário da FEI.
Possíveis danos.
As assistências técnicas relatam que o principal dano no aparelho pode
ser uma oxidação de componentes causada pelo vapor, mas Gianoto cita até
curtos-circuitos por causa da condutividade da água. O vapor d'água cria
partículas de água no ar, que acabam penetrando o smartphone.
"O cliente às vezes nem sabe se tem oxidação. Quando o atendente
pergunta se molhou o aparelho, ele diz que não, mas dentro está tudo oxidado.
Não necessariamente caiu na água. O que mais aparece aqui é de celular afetado
por vapor d'água no banheiro", aponta Edmílson Silva, sócio-fundador da
Rede Multi Assistência.
Entre os problemas apontados por ele estão danos na tela e falha no
carregamento. As assistências técnicas costumam realizar uma desoxidação com
produtos como isopropanol, como descreve Fernando Melo, da Futuro Smart.
"A oxidação cria sais minerais, que são condutivos, e os
componentes param de funcionar. A desoxidação tira os sais minerais como se
fosse uma 'lavagem' com isopropanol", afirma Fernando.
Na loja Conserta Smart, os principais casos de problemas com água também
têm a ver com vapor d'água. E o índice de recuperação para casos do tipo é
pouco acima da metade dos casos --e por recuperação entenda fazer ligações
e a tela funcionar.
"A gente costuma aqui recuperar 60% dos que têm problema de água.
Às vezes recupera totalmente e às vezes parcialmente. Recuperar é dar imagem,
fazer e receber ligação. Se tiver uma câmera com defeito ou algum outro
componente, o cliente decide se arruma ou não", aponta Arnaldo Marinho,
responsável pela loja.
Celular entre os
seios? Academia? Também não pode.
É claro que vapor d'água não é o único responsável por problemas
relacionados a líquido com o celular –-uma das grandes reclamações que chegam a
assistências técnicas. Há diversos outros usos do cotidiano que podem causar
danos.
Um deles, citado pelas assistências, é de mulheres que colocam o celular
entre os seios. O suor da região pode danificar o celular. Do mesmo jeito, é
necessário proteger o aparelho contra o suor ao usá-lo junto ao corpo em
academias ou corridas de rua.
Babás de crianças também estão entre os motivos que levam usuários a
procurar uma assistência. Mas o campeão de problemas, ao lado do vapor
d'água, é o celular que cai na privada do banheiro. Vamos tomar mais
cuidado, né?
Colocar arroz
resolve o problema de água no celular?
Quando um celular cai na privada ou em uma piscina, por exemplo, muitos
aderem à prática de colocar o celular em uma bacia cheia de arroz. A estratégia
até pode dar certo a curto prazo, já que o arroz retira o líquido do aparelho.
Mas a longo prazo problemas podem aparecer.
"Mesmo que saia o líquido, a oxidação vai ficar lá. É uma reação e
isso só vai ser removido na loja. Muitas vezes quando você seca volta a
funcionar normalmente, mas depois de um tempo começa a dar muitos problemas -
seja no sinal, esquentamento, bateria que não dura...", alega Edmilson
Silva.
Atualmente, muitos celulares têm aparecido no mercado com certificados
IP67 e IP68, que garantem certa resistência a poeira e água --testes realmente
mostram celulares sendo submergidos e continuando a funcionar depois. Para
Gianoto, a tendência dos celulares futuros é se encaminhar para algo como os
relógios à prova d'água. As assistências, contudo, continuam a receber aparelhos
quebrados por água, mesmo com o certificado.
"Não é menos comum ter problemas. Vejo problemas do mesmo jeito.
Pode ser que seja mais difícil, mas acontece. Não existe aparelho totalmente à
prova d'água, é resistente só", explica Fernando Melo.
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