Depois do aumento de caso de Aids em idosos, os jovens voltaram a ser a
preocupação quando o assunto é HIV. A falta do uso da camisinha é apontado por
especialistas como fator determinante para o aumento da circulação do vírus.
Além disso, os jovens são os que menos aderem ao tratamento e que possuem maior
proporção de carga viral no sangue.
Os dados do Ministério da Saúde indicam que, em
2016, aproximadamente 830 mil pessoas viviam com o vírus no Brasil.
Dessas, 694 mil (84%) foram diagnosticadas, 655 mil (79%) estão vinculadas a
algum serviço de saúde e 563 mil (68%) seguem o tratamento.
Os jovens apresentam os piores resultados: apenas
56% dos diagnosticados de 18 a 24 anos iniciaram tratamento com terapia
antirretroviral. Destes, menos da metade apresenta supressão viral. Entre
todos em tratamento há pelo menos seis meses, 91% atingiram supressão viral
--quanto menor a carga viral, menor a possibilidade de transmissão do vírus.
Camisinha é coisa do passado?
De cada 10 jovens entre 15 e 25 anos, seis não
usaram preservativo durante o sexo no ano passado, aponta outra pesquisa do
Ministério.
"As pessoas estão simplesmente usando menos
preservativo. Principalmente, as mais jovens. Elas se expõem muito mais às
DSTs e nem estão se dando conta disso. Tanto é que o número de casos entre
quem é mais velho permanece estável e até diminui um pouco, mas nos jovens ele
dispara", relatou o médico Sergio Podgaec, ginecologista e obstetra do
Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
E não estamos falando só de Aids. Os números de
infectados com sífilis também são assustadores. Já a gonorreia e a clamídia
também estão atingindo mais pessoas, embora não seja possível precisar quantas
porque elas não possuem notificação obrigatória pelo Ministério da Saúde.
Para a médica Ruth Khalili, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), vários motivos estão levando ao aumento das DSTs no Brasil. Segundo ela, há, hoje, uma maior liberdade sexual que facilita a rotatividade nas parcerias sexuais.
Além disso, a desinformação é grande. Para Khalili, nunca houve um trabalho de conscientização de forma organizada, abrangente e continuada. A isso, soma-se o fato de que o medo da população em relação ao HIV parece ser menor do que nas décadas anteriores.
"Eu estava na faculdade em 1988 quando apareceram os primeiros casos de HIV. E virou o terror. As pessoas tinham um medo absoluto de se contaminar com o HIV. Foi feita uma campanha intensa do uso de preservativo por conta do HIV. E obviamente que as outras doenças foram afetadas", disse. "Como os tratamentos para o HIV foram melhorando ao longo dos anos, esse medo foi diminuindo", completa.
Para a médica Ruth Khalili, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), vários motivos estão levando ao aumento das DSTs no Brasil. Segundo ela, há, hoje, uma maior liberdade sexual que facilita a rotatividade nas parcerias sexuais.
Além disso, a desinformação é grande. Para Khalili, nunca houve um trabalho de conscientização de forma organizada, abrangente e continuada. A isso, soma-se o fato de que o medo da população em relação ao HIV parece ser menor do que nas décadas anteriores.
"Eu estava na faculdade em 1988 quando apareceram os primeiros casos de HIV. E virou o terror. As pessoas tinham um medo absoluto de se contaminar com o HIV. Foi feita uma campanha intensa do uso de preservativo por conta do HIV. E obviamente que as outras doenças foram afetadas", disse. "Como os tratamentos para o HIV foram melhorando ao longo dos anos, esse medo foi diminuindo", completa.
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