Descobrir um tumor pode ser um momento marcante
na vida de uma pessoa. A notícia pode causar um estresse tão grande que pode
afetar a forma como o corpo responde ao tratamento da doença, segundo um estudo
feito pela Universidade
de Queensland, na Austrália.
Em um experimento com camundongos, os cientistas
descobriram que o linfoma progredia de forma mais acelerada quando os animais
eram manipulados a desenvolverem respostas psicológicas ao estresse de forma
semelhante as dos humanos.
“Quando nós usamos imunoterapias nesses ratos,
eles não foram capazes de responder tão efetivamente ao tratamento quanto
àqueles que não estavam estressados”, disse Stephen Mattarollo, autor do
estudo, que foi publicado no periódico Cancer
Immunology Research.
“Isso porque o estresse prejudica o funcionamento
das células T contra o câncer. Elas são muito importantes no controle do
sistema imune e na vigilância dos tumores, e são os alvos principais em muitos
tratamentos por imunoterapia”, explicou Mattarollo.
Além da imunoterapia, os cientistas também
notaram que o estresse e a ansiedade afetam a eficácia da quimioterapia e de
outros tratamentos que dependem do próprio sistema imunológico do paciente para
combater o câncer.
Psiconeuroimunologia e remédios para a
pressão podem ajudar.
Criada em 1986, a psiconeuroimunologia tem
explorado a relação entre a mente, o sistema nervoso e o sistema imunológico, e
pode ser a solução para tratamentos afetados pelo estresse.
"[...] Evidências sugerem que tratamentos e
intervenções no estilo de vida podem gerenciar ou reduzir os níveis de estresse
e melhorar as chances de esses pacientes responderem a terapias", disse
Mattarollo.
Segundo os pesquisadores, é essencial tentar
reduzir o estresse do paciente, por meio da psiconeuroimunologia ou outras
práticas, como ajudar com a vida familiar, aliviar as pressões no trabalho,
criar um melhor ambiente hospitalar, ou mesmo apenas conversando.
A equipe também está pesquisando se a
imunoterapia pode ser combinada com medicamentos para pressão arterial. Eles
acreditam que ambos podem ajudar a bloquear o efeito dos hormônios do estresse
no sistema imunológico, melhorando a eficácia do tratamento.
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