Apesar de não haver
estimativas sobre a incidência de casos de hemorroidas no Brasil, de acordo com Sociedade Brasileira
de Coloproctologia acredita-se que cerca de metade da população mundial será
afetada pela doença.
O número, que já é
alto, deve aumentar nos próximos anos, especialmente por causa do estilo de
vida. Alimentação rica em fibras, ingestão de água e atividade física são itens
fundamentais para a redução do risco de dilatação e inflamação das veias do
reto e ânus.
De tratamento simples
quando identificada na fase inicial, a doença hemorroidária é a dilatação e
inflamação das veias localizadas no ânus e reto. "O plexo hemorroidário é
uma estrutura vascular altamente especializada que serve para ajudar no
fechamento do ânus e auxiliar a condução das fezes através do ânus. Sabemos que
idade é um dos fatores, uma vez que ela é mais frequente a partir dos 45
anos", explica Sérgio Araújo, médico gastroenterologista do Hospital
Israelita Brasileiro Albert Einstein.
A constipação, diz o
médico do Einstein, é um dos principais fatores que podem levar à doença.
"A primeira conduta no tratamento consiste em um pilar de três ações que
combatem a prisão de ventre: beber água, ingerir fibras e praticar exercícios.
A boa notícia é que na maioria dos casos essas ações, quando viram rotina, são
suficientes", diz o gastroenterologista. Outros sinais indicativos de
hemorroidas são: coceira provocada por inchaço das veias, dor ou sangramento no
momento de evacuação decorrente do endurecimento das fezes e saliência palpável
no ânus (pequenas bolinhas).
Contrariando a média, a
aposentada Vera Alves Barbosa, hoje com 53 anos, descobriu que tem doença
hemorroidária antes de completar 40 anos. "Ir ao banheiro sempre foi um
problema para mim. A dor é terrível e as inflamações com sangramento estão se
agravando no decorrer dos anos", conta ela que demorou para procurar um
médico. "A gente vai adiando porque não é um assunto confortável",
diz.
"Ao contrário do
que a maioria das pessoas imagina, a dor só existe quando há uma complicação da
doença hemorroidal, chamada trombose que é quando o sangue no interior desses
vasos, como resultado do trauma produzido pela passagem das fezes, inflama e
incha", diz o médico do Einstein. Esses sintomas, ele continua, podem ser
facilmente manejados pela equipe de saúde, de acordo com a avaliação do
paciente. "As ações variam de banho de assento ao uso de
anti-inflamatórios", comenta.
Quando, o paciente já
não responde a estes tratamentos, há outros procedimentos que podem ser feitos
no consultório. Um deles é a ligadura elástica, que só pode ser feita em
hemorroidas internas e consiste na colocação de um elástico na veia para seu
"estrangulamento", claro que com uso de analgésicos. "Com isso,
ela diminui, murcha e cai", diz Sérgio Araújo.
Cirurgia é a última
indicação e se impõe quando os outros tratamentos não tiveram o resultado
esperado ou em casos mais graves da doença. "É, de fato, o tratamento mais
eficaz, mas não deve ser oferecido a maioria dos pacientes, porque requer a
anestesia, a internação, um pós-operatório que demora um pouco".
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