FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.
Além das indiscutíveis
propriedades físicas, nutricionais e psicológicas do leite materno, a
amamentação é importante para a saúde bucal do bebê. “Mamando no
peito, o bebê respira pelo nariz e é obrigado a morder, avançar e retrair a
mandíbula. Isso propicia o correto desenvolvimento
muscular e esquelético da face, possibilitando a obtenção de uma
boa oclusão dentária”, afirma a odontopediatra Elsimara Medeiros.
Ela recomenda que os cuidados com
a higiene bucal
devam começar a partir do nascimento do bebê. No recém-nascido, a limpeza deve
ser feita com uma gaze ou fralda umedecida em água limpa para remover os
resíduos de leite. Com o nascimento dos primeiros dentes (por volta dos seis
meses), a fralda deve ser substituída por uma dedeira. Aos 18 meses, com o
nascimento dos primeiros molares decíduos, a higiene deverá ser realizada com
uma escova dental infantil sem creme dental ou com um creme dental sem flúor. O
creme dental fluoretado só deverá ser utilizado a partir dos dois ou três anos
de idade, quando a criança souber cuspir completamente o seu excesso.
A cárie é uma doença transmissível. O
Streptococcus mutans, bactéria causadora da cárie, pode ser transmitido da mãe
para o filho pelo contato direto. Por isso, não se deve soprar a comida do bebê
nem experimentá-la com o talher dele, pois é possível transmitir a ele essas
bactérias.
A primeira visita ao dentista deve ser feita
ainda na gestação. O ideal é que a mãe faça uma consulta para receber as
orientações necessárias para manter a correta saúde bucal do seu filho.
Independente da consulta da gestação ter sido realizada, a primeira consulta do
bebê deve ser por volta dos seis meses, coincidindo com o nascimento do
primeiro dente decíduo. Preferencialmente, a consulta deve ser realizada com o
odontopediatra, pois é ele o profissional habilitado a fazer esse primeiro
atendimento.
Cárie de mamadeira.
A cárie de mamadeira é uma cárie
de desenvolvimento rápido (aguda), que provoca dor e dificuldade de
alimentação, determinando perda de peso e de estatura. É provocada pela ingestão de líquidos
açucarados na mamadeira, principalmente durante a noite, sem que seja feita a
higiene bucal posterior. Ainda segundo a especialista, a higiene deve ser feita
ao menos uma vez ao dia, principalmente à noite. A cárie de mamadeira acomete
cerca de 60% das crianças de até três anos de idade e pode ser evitada com uma
boa higienização.
“Quando for trocar a mamadeira
pelo copo, tome cuidado”, orienta
a dentista. Todo processo de remoção de hábitos deve ser lento e gradativo.
Antes de remover a mamadeira é necessário ter certeza de que seu filho sabe e
gosta de tomar líquidos no copo. Para isso, primeiramente substitua apenas uma
mamadeira pelo copo (geralmente, inicia-se pela mamadeira da tarde). Quando
perceber que seu filho está tomando todos os 250 ml anteriormente oferecidos na
madeira, no copo, substitua a mamadeira da manhã.
No momento em que ele estiver ingerindo 500
ml de leite por dia no copo, a mamadeira da noite deverá ser substituída. Esse
processo pode durar de dois a seis meses, dependendo da criança. Por isso, o
ideal é que ele seja iniciado um pouco antes dos dois anos de idade. Para
facilitar o processo, podem-se usar os copos com tampa, também chamados de
copos de transição.
Para remover a chupeta, deve-se reduzir o
seu uso a cada dia. Comece utilizando-a moderadamente, somente quando a criança
estiver adormecendo. Quando a criança dormir, lentamente, remova a chupeta da
boca e guarde-a. Nunca deixe a chupeta em correntes penduradas no pescoço ou ao
alcance da criança. “É a mãe que deve administrar as horas de uso, e não a
criança. Assim, cada dia ela usará a chupeta um pouco menos até reduzir
completamente o seu uso, o que deve ocorrer por volta dos dois anos de idade”,
ensina Medeiros.
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