quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

EM SP, GAYS E NEGROS ESTÃO ENTRE OS MAIS VULNERÁVEIS AO HIV...

FONTE: *** Da Agência de Notícias da Aids  (noticias.uol.com.br).

São Paulo, o município brasileiro com mais casos de Aids, completa 460 anos no próximo sábado (25). A capital paulista registrou o primeiro caso da doença no país, foi sede do primeiro programa governamental de resposta à epidemia e da primeira ONG em defesa das pessoas infectadas.

Entre as 27 capitais brasileiras, São Paulo ocupa a 20ª posição na proporção habitantes/casos de Aids. Uma em cada 3.875 pessoas vivendo na cidade tem HIV. Em Porto Alegre, capital mais afetada pela epidemia, uma em cada 1.067 pessoas tem o vírus.

Os novos casos de Aids na cidade crescem mais entre os homens do que entre as mulheres. Entre 1997 e 2010, São Paulo tinha duas notificações da doença em homens para cada mulher. Em 2011, passou para três casos na população masculina contra um na feminina. Esse aumento pode se relacionar com o crescimento da epidemia entre os homens que fazem sexo com homens, especialmente na faixa etária de 13 a 29 anos. A transmissão sexual por meio da relação com outros homens representou 47% dos casos do sexo masculino em 2012. Em 2008, essa taxa era de 39,3%.

Um estudo da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em parceria com o Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde, aponta que 15% dos homens que mantém relações com outros homens e que frequentam a região central da cidade estão infectados. A pesquisa foi realizada com 1.217 pessoas entre novembro de 2011 e janeiro de 2012.

Os afrodescendentes também são mais vulneráveis. Para cada 100 mil habitantes, foram diagnosticados pelo município 39,7 casos de HIV entre as pessoas da raça negra em 2010 contra 18 casos em brancos.
Nos últimos anos, a cidade registrou também um aumento de casos na população acima dos 50, representando aproximadamente 13% do total. O envelhecimento das pessoas infectadas, no entanto, trouxe ao município demandas de saúde relacionadas às comorbidades. Em 2011, 11,4% das pessoas vivendo com HIV na cidade tinham também tuberculose e 12% estavam co-infectados com o vírus B ou C da hepatite.

Já as políticas de saúde destinadas a interromper a transmissão vertical (da mãe para o bebê) do HIV trouxeram resultados positivos, chegando a uma taxa de transmissão vertical inferior a 1%.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Aids, HIV e DST do município, a quarta década da Aids traz a São Paulo grandes desafios, entre os quais o fim da epidemia. Para alcançar os objetivos pactuados com as Nações Unidas de zero novas infecções, zero mortes por Aids e zero discriminação ao fim desta década, a Secretaria Municipal da Saúde informa que é necessário entender de que forma se apresenta a epidemia na cidade e quais são as políticas mais adequadas para enfrentá-la.

O documento que analisa a epidemia na cidade ressalta que a associação das medidas de prevenção e de assistência, dentro do cenário dos direitos humanos, deve ser a marca deste enfrentamento. "Políticas focalizadas nas populações vulneráveis, aumento da cobertura das medidas de prevenção primária e secundária, aumento da testagem, elevação da qualidade da assistência e busca da efetividade de todas as ações podem nos levar para mais perto do fim da epidemia. São Paulo reúne, hoje, todas as condições para concretizar esta proposta", ressalta o relatório.

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