FONTE: *** Da Agência de Notícias da Aids (noticias.uol.com.br).
São Paulo, o
município brasileiro com mais casos de Aids, completa 460 anos no próximo
sábado (25). A capital paulista registrou o primeiro caso da doença no país,
foi sede do primeiro programa governamental de resposta à epidemia e da
primeira ONG em defesa das pessoas infectadas.
Entre as 27 capitais
brasileiras, São Paulo ocupa a 20ª posição na proporção habitantes/casos de
Aids. Uma em cada 3.875 pessoas vivendo na cidade tem HIV. Em Porto Alegre,
capital mais afetada pela epidemia, uma em cada 1.067 pessoas tem o vírus.
Os novos casos de
Aids na cidade crescem mais entre os homens do que entre as mulheres. Entre
1997 e 2010, São Paulo tinha duas notificações da doença em homens para cada
mulher. Em 2011, passou para três casos na população masculina contra um na
feminina. Esse aumento pode se relacionar com o crescimento da epidemia entre
os homens que fazem sexo com homens, especialmente na faixa etária de 13 a 29
anos. A transmissão sexual por meio da relação com outros homens representou
47% dos casos do sexo masculino em 2012. Em 2008, essa taxa era de 39,3%.
Um estudo da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em parceria com o
Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids da Secretaria de Estado da
Saúde, aponta que 15% dos homens que mantém relações com outros homens e que
frequentam a região central da cidade estão infectados. A pesquisa foi
realizada com 1.217 pessoas entre novembro de 2011 e janeiro de 2012.
Os afrodescendentes
também são mais vulneráveis. Para cada 100 mil habitantes, foram diagnosticados
pelo município 39,7 casos de HIV entre as pessoas da raça negra em 2010 contra
18 casos em brancos.
Nos últimos anos, a
cidade registrou também um aumento de casos na população acima dos 50,
representando aproximadamente 13% do total. O envelhecimento das pessoas
infectadas, no entanto, trouxe ao município demandas de saúde relacionadas às
comorbidades. Em 2011, 11,4% das pessoas vivendo com HIV na cidade tinham
também tuberculose e 12% estavam co-infectados com o vírus B ou C da hepatite.
Já as políticas de
saúde destinadas a interromper a transmissão vertical (da mãe para o bebê) do
HIV trouxeram resultados positivos, chegando a uma taxa de transmissão vertical
inferior a 1%.
De acordo com o
último Boletim Epidemiológico de Aids, HIV e DST do município, a quarta década
da Aids traz a São Paulo grandes desafios, entre os quais o fim da epidemia.
Para alcançar os objetivos pactuados com as Nações Unidas de zero novas
infecções, zero mortes por Aids e zero discriminação ao fim desta década, a
Secretaria Municipal da Saúde informa que é necessário entender de que forma se
apresenta a epidemia na cidade e quais são as políticas mais adequadas para
enfrentá-la.
O documento que
analisa a epidemia na cidade ressalta que a associação das medidas de prevenção
e de assistência, dentro do cenário dos direitos humanos, deve ser a marca
deste enfrentamento. "Políticas focalizadas nas populações vulneráveis,
aumento da cobertura das medidas de prevenção primária e secundária, aumento da
testagem, elevação da qualidade da assistência e busca da efetividade de todas
as ações podem nos levar para mais perto do fim da epidemia. São Paulo reúne,
hoje, todas as condições para concretizar esta proposta", ressalta o
relatório.
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