FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Até o dia 10 de fevereiro, as
escolas públicas devem receber os livros didáticos. As obras já começaram a ser
distribuídas e, segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 57% foram entregues.
Para este ano, há uma novidade no
material: os objetos educacionais digitais.
São jogos, vídeos e outros recursos disponibilizados em DVDs, que poderão ser
livremente copiados pelos estudantes. Além disso, as ferramentas estarão
disponíveis na internet, podendo ser acessadas por qualquer pessoa. Segundo o
FNDE, 45% dos livros têm materiais digitais.
Esses recursos são voltados para
os alunos do 6º ao 9º ano, que são os contemplados pelo Programa Nacional
do Livro Didático (PNLD) em 2014. A cada ano, um grupo de séries é beneficiado
com os livros reutilizáveis, que serão recebidos este ano e trocados apenas em
2017. Cabe aos estudantes o cuidado com eles, para que possam ser usados por
outros colegas no próximo ano. Todos os anos, o FNDE repõe os livros estragados
e compra aqueles para consumo, ou seja, que ficam com o aluno, nesse caso para
todas as séries.
"O livro do PNLD, em geral, é melhor em
qualidade que as editoras oferecem para o setor privado. A maioria das
inovações que tem no setor público é replicado no privado, e não o
contrário", diz o diretor de Ações Educacionais do FNDE, Rafael Torino.
Segundo dados do Censo Escolar de
2012, a educação básica no
país tem 50,5 milhões de estudantes. Desses, 42,2 milhões, o equivalente a 83%,
estão em escolas públicas.
Cada livro didático para os centros de
ensino foi comprado a um preço médio de R$ 7,63. O livro mais caro custou, por
unidade, R$ 26,19.
Em 2013, o governo investiu R$ 1,12 bilhão
na compra de 137,8 milhões de livros pelo PNLD.
As compras do governo, em grande quantidade,
pesam no faturamento das editoras. Segundo a presidenta do Sindicato Nacional
dos Editores de Livros (Snel), Sônia Machado Jardim, elas representaram 26% do
faturamento total do setor, em 2012. O levantamento de 2013, quando foram
comprados os livros para este ano, ainda não foi concluído.
"O programa é essencial e indispensável
para oferecer conhecimento de forma gratuita aos alunos da rede pública",
diz Torino.
Mãe de duas alunas da rede pública do
Distrito Federal - Elisa, de 10 anos, e Lívia, de 15 anos - a dona de casa
Lilian de Jesus Soares conta que não teria condições de comprar todos os
livros. "Eu sempre incentivei meus filhos a estudar. Se está difícil para
quem estuda, imagina para quem não estuda. No ano passado, tive que comprar um
livro extra de R$ 25 e quase não dei conta", disse a dona de casa,
beneficiária do Bolsa Família
Luthier Carlos Henrique Gomes Clemente, pai
de Maria Clara, 8 anos, relata que não gasta com livros, economiza para a
compra de material que precisa ser adquirido pelo próprio aluno, como lápis,
caneta e borracha. "Tudo que o governo puder fazer na parte de educação é
válido", diz, acrescentando que os gastos com material escolar chegam a R$
500.
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