FONTE: Fabiana Cambricoli, , CORREIO DA BAHIA.
Hospital de
Porto Alegre contará com supercomputador que recomenda ao médico as melhores
opções terapêuticas para cada caso.
A
partir desta semana, os médicos do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto
Alegre, contarão com mais um "especialista" para auxiliá-los na
definição do melhor tratamento para cada paciente. O novo integrante da equipe
não é oncologista nem sequer formado em Medicina. Trata-se de um
supercomputador que recomenda ao médico, em segundos, as melhores opções
terapêuticas para cada caso, com base na análise de um banco de dados com
milhões de evidências científicas.
O
hospital gaúcho será o primeiro da América do Sul a utilizar a tecnologia
Watson, da IBM, na área de oncologia. Por meio do sistema, o médico insere os
dados clínicos do paciente, como sexo, idade, tipo de tumor, estágio da doença
e resultados de exames, e recebe a lista com os tratamentos mais recomendados
para cada caso.
"A
plataforma vai trazer tanto evidências científicas já certificadas por uma
curadoria de especialistas internacionais quanto evidências de estudos
publicados há poucos dias, que o médico pode nem ter tido acesso ainda. O principal
objetivo do Watson não é substituir qualquer profissional, mas, sim, empoderar
o oncologista para tomar a melhor decisão com base em todas as evidências
científicas existentes", explica Eduardo Cipriani, da IBM Watson Health no
Brasil.
Ele
afirma que o sistema se faz necessário diante do grande volume de dados médicos
que surgem a cada dia. "Até 2020, toda informação de Medicina dobrará a
cada 73 dias e a capacidade de se manter atualizado está se tornando
desumana".
Para
dar sua "opinião" ao médico, o Watson consulta, em segundos, 15
milhões de conteúdos científicos, incluindo 200 textos médicos e 300 artigos. O
produto já é utilizado em Estados Unidos, Europa e países asiáticos como India
e China.
Para
o médico Carlos Barrios, diretor do Hospital Mãe de Deus, a plataforma vai
ajudar a definir um tratamento personalizado para cada doente. "A
diversidade de novos tratamentos e medicamentos é imensa. Dois pacientes podem
ter o mesmo tipo de câncer, mas isso não quer dizer que o tratamento será
igual. A opção escolhida pode impactar imensamente no resultado", diz. A
tecnologia Watson já pode ser usada para sete tipos de câncer e deverá englobar
até 18 tipos até o final do ano, segundo a IBM.
'Ferramenta extra'.
Médica do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Renata D' Alpino diz que o programa é uma ferramenta extra dada aos médicos que já seguem a tendência dos tratamentos individualizados. "Os oncologistas já tentam hoje considerar as características individuais de cada paciente e da doença pra definir a melhor opção. A plataforma vai ajudar os médicos principalmente nos casos mais conflitantes, quando não há consenso".
Médica do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Renata D' Alpino diz que o programa é uma ferramenta extra dada aos médicos que já seguem a tendência dos tratamentos individualizados. "Os oncologistas já tentam hoje considerar as características individuais de cada paciente e da doença pra definir a melhor opção. A plataforma vai ajudar os médicos principalmente nos casos mais conflitantes, quando não há consenso".
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