FONTE:, (http://noticias.uol.com.br).
Cientistas americanos
reformularam um antibiótico vital em uma tentativa de acabar com uma das
superbactérias mais ameaçadoras do mundo.
De acordo com o
estudo do Instituto de Pesquisas Scripps, a nova versão da vancomicina foi
desenvolvida para ser ultrarresistente e parece ser mil vezes mais potente do
que a anterior.
A pesquisa, publicada
na revista científica PNAS, sugere que a nova droga combate as bactérias de
três formas diferentes, reduzindo as chances de defesa.
Os pesquisadores
afirmam que o medicamento - ainda não testado em animais ou humanos - estará
disponível para uso dentro de cinco anos caso seja aprovado em novos testes.
O combate às
superbactérias.
Especialistas já vêm
alertando que estamos nos aproximando da "era pós-antibióticos", na
qual algumas infecções podem se tornar intratáveis.
Um dessas infecções
difíceis de combater e que preocupa médicos é a causada pelo enterococus
resistente à vancomicina (ERV). Ela é encontrada em hospitais, pode provocar
feridas perigosas e infecções na corrente sanguínea e é considerada pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) como uma das bactérias resistentes a
medicamentos que mais ameaça a saúde humana.
Alguns antibióticos
ainda funcionam contra o ERV, mas a vancomicina, criada há 60 anos, já é
impotente para o tratamento. Por isso, os cientistas do Instituto Scripps estão
tentando renovar o antibiótico para tentar restaurar a sua capacidade de matar
a bactéria.
Eles fizeram algumas
mudanças estratégicas na estrutura molecular da droga antiga para torná-la mais
eficaz em atacar a bactéria onde é necessário: na destruição de paredes
celulares.
Mais poderes.
Três mudanças são
particularmente importantes e aumentam a força e a durabilidade do medicamento.
"Nós fizemos uma
mudança na molécula da droga que supera a atual resistência à vancomicina.
Depois disso, adicionamos à molécula duas mudanças que, incorporadas a ela,
criam duas novas formas de matar a bactéria. Então o antibiótico tem três
mecanismos diferentes de matar a bactéria", explicou Dale Boger, responsável
pela pesquisa.
"E a resistência
a esse antibiótico pode ser muito difícil de aparecer. Então a molécula é
desenvolvida especificamente para lidar com o surgimento dessa
resistência", completou.
O antibiótico
modificado foi capaz de matar amostras de ERV em laboratório e ainda assim
reter quase todo o potencial depois de 50 exposições à bactéria.
"Os organismos
não conseguem lidar com o trabalho de ter que encontrar três formas diferentes
de combater e se livrar dos mecanismos de ação. Mesmo que encontrassem a
solução para se livrar de um deles, ainda restariam dois para matá-los. Os
médicos podem usar essa versão modificada da vancomicina sem medo de que a
resistência apareça", diz Boger.
Para o professor
Nigel Brown, da Sociedade de Microbiologia, "esse modificação pode ser
muito importante".
"A vancomicina é
um antibiótico usado como último recurso em algumas infecções sérias. Havia
muita preocupação de que as bactérias estavam se tornando resistentes a
ele."
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