FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.
O número de mortes reduziu 16% e o Estado já
economizou quase R$ 1 bi.
O
impacto pessoal é alto assim como o econômico. Por causa da violência no
trânsito, a Bahia teve uma perda de R$ 4,09 bilhões apenas em 2016.
Esse
valor equivale a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, segundo um
estudo feito pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola
Nacional de Seguros.
A
consequência desses índices é oriunda da morte de 2.275 pessoas e outras 1.004
que ficaram invalidas após acidentes de trânsito, resultando na perda da
capacidade de trabalho desse grupo, o que poderia gerar uma renda maior ao
país. Vale salientar que a grande maioria das vítimas está na faixa etária
entre 18 e 64 anos em todo o Brasil.
A “boa
notícia” é que esses números vêm diminuindo, mesmo ainda chamando a atenção. Em
comparação com 2016, o número de mortes na Bahia, ano passado, foi
aproximadamente 16% menor (2.701), assim como o número de pessoas que ficaram
inválidas: -43% ou 1.769 pessoas que sobreviveram a esses acidentes, mas não
têm quaisquer condições de trabalhar.
O
resultado disso é a redução de quase R$ 1 bilhão em perdas no trânsito, sendo
que, há dois anos, a Bahia teve uma perda de R$ 5,05 bi com este tipo de violência.
Na ocasião, o valor equivalia a cerca de 2% do PIB.
“As
principais razões para o decréscimo são maior fiscalização, implementação da
Lei Seca, educação e até a crise econômica, que pode ter contribuído por meio
da queda no número de veículos vendidos”, explicou a economista Natália
Oliveira.
De
acordo com ela, para melhorar ainda mais essas estatísticas, seria importante o
aumento na fiscalização, um maior rigor no cumprimento da Lei Seca, a coibição
do excesso de velocidade e tirar de circulação os automóveis sem
vistoria.
Para
ela, também seria interessante um maior investimento em infra-estrutura para
melhorar as condições das estradas e sinalizações. “E, por último, mas não
menos importante, dar mais atenção à educação e à formação do motorista, que,
apesar de demorarem um pouco mais a dar retorno, são fundamentais para um
trânsito seguro”, salientou a especialista, que foi co-autora do estudo.
NORDESTE E BRASIL.
Ainda
de acordo com o estudo, a Bahia, em 2016, registrou percentual de perda inferior
ao Nordeste, que foi de 2,77% do PIB com o valor total de R$ 263,51 bilhões.
As
perdas no estado também foram as menores da região. O valor de perda regional,
segundo o levantamento foi de R$ 866,23 bilhões. Apesar disso, o Nordeste
lidera em número de acidentes com invalidez permanente: 11.086, sendo 4.094 no
Ceará e 1.609 em Pernambuco.
Segundo
o estudo, o fator que mede a perda da capacidade produtiva é chamado de Valor
Estatístico da Vida (VEV), ou seja, o quanto cada brasileiro deixa de produzir
anualmente em caso de morte ou invalidez.
Pelo
país, São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram as estatísticas de perdas
decorrentes dos acidentes de trânsito. Segundo o estudo do CPES, o impacto
econômico nesses estados foi de R$ 24,7 bilhões, R$ 15,7 bilhões e R$ 11
bilhões, respectivamente. Em São Paulo, morreram 5.248 pessoas em acidentes no
ano passado – quase o dobro de toda a Região Norte. O Rio de Janeiro registrou
perdas de R$ 10,2 bilhões, com 2.199 mortes no trânsito.
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