terça-feira, 20 de junho de 2017

EXPOSIÇÃO À FUMAÇA PODE CAUSAR SÉRIOS PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS...

FONTE: Gabriele Galvão, TRIBUNA DA BAHIA.

A exposição à fumaça e o estrondo das bombas, foguetes e rojões podem causar sérios problemas à saúde.


As fogueiras e fogos de artifícios são traços comuns das Festas Juninas. No entanto, a exposição à fumaça e o estrondo das bombas, foguetes e rojões podem causar sérios problemas à saúde, principalmente para as pessoas asmáticas.
Nesta quarta-feira (21), Dia Nacional de Controle da Asma, o Ministério da Saúde chama atenção para a doença que é responsável por 400 mil internações hospitalares no país.
De acordo com a International Study of Asthma and Allergies in Childhood (Isaac), que realizou um estudo com crianças e adolescentes, em Salvador, 27% da população manifesta os sintomas da doença.
A pesquisa também constatou que em todo o país, a asma tem alta prevalência e grande impacto, devendo ser encarada como problema de saúde pública. O alergologista do Hapvida, Sidney Souteban explicou que, a asma é uma inflamação crônica e alérgica com componente genético, que provoca dificuldades para respirar e, a depender da gravidade, pode resultar em morte. “A doença não tem cura, mas pode ser controlada.
O melhor remédio é, sem dúvidas, a prevenção. Mas para aqueles que já têm a doença, o ideal mesmo é evitar as crises. O paciente deve manter distância de qualquer fumaça, mesmo que seja a de cigarro. Em casa, os ambientes devem estar sempre limpos e arejados, principalmente o quarto. O indivíduo também deve evitar locais com poeira e mofo”, alertou.
Segundo ele, a fumaça é um misto de gases nocivos à saúde, que pode provocar quadros de asma ou até mesmo um grave estado de intoxicação. “Mesmo em curto período de tempo, inalar fumaça pode causar efeitos imediatos (agudos).
A fumaça dos fogos e da fogueira - dependendo do que esteja sendo queimado, da distância em que a pessoa esteja e do tempo de inalação - pode desencadear alergias como asma, rinite ou até mesmo um quadro de intoxicação, além de irritar olhos e nariz. Tudo isso desencadeia-se dos gases tóxicos, como o monóxido de carbono (CO) e o cianeto, que são liberados nesse processo”, explica.
Se a pessoa inalar uma quantidade grande da fumaça tóxica, o médico alerta que é de fundamental importância procurar um especialista. “Em um processo de intoxicação por gases como o monóxido de carbono, o procedimento é encaminhar a um atendimento de emergência e oferecer imediatamente oxigênio ao paciente. Caso ainda não haja atendimento médico, é primordial levá-lo a um local aberto e arejado, longe da fonte dos gases”, ressalta.
Ele observa ainda que, inalar o monóxido de carbono diminui o suprimento de oxigênio do corpo, que pode causar dores de cabeça, reduzir o estado de alerta e agravar uma condição cardíaca conhecida como angina (dor no peito decorrente da doença cardíaca isquêmica).
 “Aqueles que já têm problemas respiratórios, os riscos podem ser ainda maiores e, com isso, os primeiros socorros têm que ser mais rápidos e mais eficientes. Pacientes que já sofrem de complicações alérgicas tendem a ter mais facilidade em adquirir novos problemas respiratórios e devem evitar o contato com quaisquer tipos de fumaça. Para eles, o seguro é ficar bem longe dessa emissão de gases”, pontuou Sidney Souteban.
De acordo com a otorrinolaringologista Clarice Saba, após as festas juninas, as emergências hospitalares aumentam em até 100%. “Além das rinites e sinusites agudas, perda auditiva, asma, ocorrem também muitos casos de queimaduras de diversos graus, seja causado pelas faíscas de fogos ou por descuido no momento de soltar as bombas, podendo levar até  casos graves, como perda de membros se utilizados incorretamente”, esclareceu.
O som muito alto em ambientes fechados também é prejudicial.
A mistura de partículas e produtos químicos produzidos pela combustão e liberadas na fumaça, como monóxido e dióxido de carbono pode causar sintomas leves ou mais severos na inalação.
“A fumaça irrita os olhos, nariz e garganta, podendo agravar ainda mais os sintomas de quem já sofre com problemas respiratórios como rinite e asma”, explicou a especialista, alertando que, o estouro dos fogos de artifício pode causar zumbido - barulho ininterrupto no ouvido semelhante a um chiado, apito ou grilo.
“Dependendo do tamanho das bombas, podem causar o trauma acústico e essa perda auditiva, que tem graus variados, pode ter reversibilidade total, parcial ou até mesmo ser irreversível”, ressaltou a especialista.

A otorrinolaringologista observou que, o som muito alto em ambientes fechados, também que pode causar esse sintoma. Segundo ela, para evitar esses problemas durante o período junino, é necessário evitar fogueiras e o uso de fogos de artifício em ambientes pequenos, abafados ou com aglomeração de pessoas, circular em locais distantes da fumaça, no lado oposto à direção do vento e caso algum sintoma se agrave, procurar ajuda médica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário