FONTE: Gabriele Galvão, TRIBUNA DA BAHIA.
A exposição à fumaça e o estrondo
das bombas, foguetes e rojões podem causar sérios problemas à saúde.
As
fogueiras e fogos de artifícios são traços comuns das Festas Juninas. No
entanto, a exposição à fumaça e o estrondo das bombas, foguetes e rojões podem
causar sérios problemas à saúde, principalmente para as pessoas asmáticas.
Nesta
quarta-feira (21), Dia Nacional de Controle da Asma, o Ministério da Saúde
chama atenção para a doença que é responsável por 400 mil internações
hospitalares no país.
De
acordo com a International Study of Asthma and Allergies in Childhood (Isaac),
que realizou um estudo com crianças e adolescentes, em Salvador, 27% da
população manifesta os sintomas da doença.
A
pesquisa também constatou que em todo o país, a asma tem alta prevalência e
grande impacto, devendo ser encarada como problema de saúde pública. O
alergologista do Hapvida, Sidney Souteban explicou que, a asma é uma inflamação
crônica e alérgica com componente genético, que provoca dificuldades para respirar
e, a depender da gravidade, pode resultar em morte. “A doença não tem cura, mas
pode ser controlada.
O
melhor remédio é, sem dúvidas, a prevenção. Mas para aqueles que já têm a
doença, o ideal mesmo é evitar as crises. O paciente deve manter distância de
qualquer fumaça, mesmo que seja a de cigarro. Em casa, os ambientes devem estar
sempre limpos e arejados, principalmente o quarto. O indivíduo também deve
evitar locais com poeira e mofo”, alertou.
Segundo
ele, a fumaça é um misto de gases nocivos à saúde, que pode provocar quadros de
asma ou até mesmo um grave estado de intoxicação. “Mesmo em curto período de
tempo, inalar fumaça pode causar efeitos imediatos (agudos).
A
fumaça dos fogos e da fogueira - dependendo do que esteja sendo queimado, da
distância em que a pessoa esteja e do tempo de inalação - pode desencadear
alergias como asma, rinite ou até mesmo um quadro de intoxicação, além de
irritar olhos e nariz. Tudo isso desencadeia-se dos gases tóxicos, como o
monóxido de carbono (CO) e o cianeto, que são liberados nesse processo”,
explica.
Se a
pessoa inalar uma quantidade grande da fumaça tóxica, o médico alerta que é de
fundamental importância procurar um especialista. “Em um processo de
intoxicação por gases como o monóxido de carbono, o procedimento é encaminhar a
um atendimento de emergência e oferecer imediatamente oxigênio ao paciente.
Caso ainda não haja atendimento médico, é primordial levá-lo a um local aberto
e arejado, longe da fonte dos gases”, ressalta.
Ele
observa ainda que, inalar o monóxido de carbono diminui o suprimento de
oxigênio do corpo, que pode causar dores de cabeça, reduzir o estado de alerta
e agravar uma condição cardíaca conhecida como angina (dor no peito decorrente
da doença cardíaca isquêmica).
“Aqueles
que já têm problemas respiratórios, os riscos podem ser ainda maiores e, com
isso, os primeiros socorros têm que ser mais rápidos e mais eficientes.
Pacientes que já sofrem de complicações alérgicas tendem a ter mais facilidade
em adquirir novos problemas respiratórios e devem evitar o contato com
quaisquer tipos de fumaça. Para eles, o seguro é ficar bem longe dessa emissão
de gases”, pontuou Sidney Souteban.
De
acordo com a otorrinolaringologista Clarice Saba, após as festas juninas, as
emergências hospitalares aumentam em até 100%. “Além das rinites e sinusites
agudas, perda auditiva, asma, ocorrem também muitos casos de queimaduras de
diversos graus, seja causado pelas faíscas de fogos ou por descuido no momento
de soltar as bombas, podendo levar até casos graves, como perda de
membros se utilizados incorretamente”, esclareceu.
O som muito alto em ambientes fechados também é
prejudicial.
A
mistura de partículas e produtos químicos produzidos pela combustão e liberadas
na fumaça, como monóxido e dióxido de carbono pode causar sintomas leves ou
mais severos na inalação.
“A
fumaça irrita os olhos, nariz e garganta, podendo agravar ainda mais os
sintomas de quem já sofre com problemas respiratórios como rinite e asma”,
explicou a especialista, alertando que, o estouro dos fogos de artifício pode
causar zumbido - barulho ininterrupto no ouvido semelhante a um chiado, apito
ou grilo.
“Dependendo
do tamanho das bombas, podem causar o trauma acústico e essa perda auditiva,
que tem graus variados, pode ter reversibilidade total, parcial ou até mesmo
ser irreversível”, ressaltou a especialista.
A
otorrinolaringologista observou que, o som muito alto em ambientes fechados,
também que pode causar esse sintoma. Segundo ela, para evitar esses problemas
durante o período junino, é necessário evitar fogueiras e o uso de fogos de
artifício em ambientes pequenos, abafados ou com aglomeração de pessoas,
circular em locais distantes da fumaça, no lado oposto à direção do vento e
caso algum sintoma se agrave, procurar ajuda médica.
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