FONTE:, Notícias Ao Minuto, (http://www.msn.com).
Viajar
acaba sendo a válvula de escape para a vida estressante que levam os moradores
das metrópoles. Mas é preciso cuidado, principalmente em viagens longas de
avião. “A trombose dos viajantes, ou também conhecida como Síndrome da classe
econômica, é uma doença rara, porém muito subestimada considerando que a
trombose pode acontecer até horas após o vôo, quando a pessoa já está no seu
destino, seja a passeio, trabalho ou retorno para casa”, explica a cirurgiã
vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de
Angiologia e Cirurgia Vascular. “E isso pode ser extremamente perigoso”,
alerta.
Segundo
a médica, a viagem de avião aumenta esse risco porque permanecer muito tempo
parado sem movimentar a panturrilha diminui a velocidade do sangue dentro dos
vasos. “Além disso, temos a pressurização da cabine e ar condicionado em geral,
que causam uma desidratação com consequente aumento da viscosidade sanguínea
(deixando o sangue mais grosso); também bebemos, em geral, pouco líquido para
evitar visitas ao banheiro do avião, piorando a desidratação; algumas pessoas
gostam de tomar um tranquilizante para dormir durante o voo (o que aumenta mais
o imobilismo); e o uso de bebidas alcóolicas piora o quadro”, explica a médica.
A
angiologista comenta que os dois primeiros itens já são motivos suficientes
para aumentar os riscos. “Mas existem pessoas com agravantes individuais que as
deixam mais vulneráveis, como dor na perna, obesidade, tabagismo, uso de
hormônios (pílula anticoncepcional), portadores de qualquer tipo de câncer,
portadores de Trombofilias (doença do sangue que deixa maior predisposição a
coagulação sanguínea) e qualquer condição que aumente a imobilização (gesso,
deficientes físicos, fraturas), gestantes, idosos e portadores de varizes.”
Afinal, o que é trombose? — Segundo a Dra. Aline, para explicar a trombose, é
necessário entender como funciona a circulação das pernas. “O coração bombeia o
sangue de alta pressão que vai irrigar todos os tecidos e depois esse sangue
retorna para o pulmão pelo sistema venoso para ser oxigenado novamente.
Enquanto o coração é o grande protagonista do sistema arterial, a musculatura
da panturrilha é o principal responsável pelo retorno efetivo do sangue para o
pulmão”, explica. “Dessa forma, é fácil imaginar que qualquer situação onde a
panturrilha não funcione adequadamente vai piorar a circulação, diminuindo a
velocidade do sangue dentro das veias”.
A
trombose é um termo que se refere à condição na qual há o desenvolvimento de um
"trombo", um coágulo sanguíneo, nas veias das pernas e coxas (que
entope a passagem do sangue). “Existem situações onde o risco do sangue
coagular (virar uma gelatina) dentro das veias aumenta, como lesão da veia,
diminuição da velocidade do sangue e aumento da viscosidade sanguínea (o sangue
fica mais grosso)”, explica.
Os sintomas — A trombose, de acordo com a Dra. Aline, geralmente vai
se manifestar com um quadro de dor na perna, principalmente na panturrilha,
associado a inchaço persistente, o que vai levar quase sempre à procura de
ajuda médica. “Em casos mais raros um pequeno coágulo pode se desprender e
correr pela circulação até chegar ao pulmão, o que os médicos chamam de Embolia
Pulmonar e pode causar dor no peito, tosse, cansaço e em casos mais graves a
Morte Súbita”, conta.
Dicas para evitar o problema — Algumas medidas muito simples podem evitar o quadro.
“Esses deveriam ser hábitos rotineiros para todo viajante”, diz a médica.
“Primeiramente, é indicado beber muito líquido, evitar bebidas alcoólicas
durante o voo e medicações para dormir (elas diminuem sua mobilidade). Mas a
dica principal é movimentar suas pernas enquanto estiver sentado e procurar
andar pelos corredores a cada duas horas”, sugere.
Caso
o paciente tenha alguma das condições agravantes, o ideal é procurar um
cirurgião vascular. “Ele vai orientar se existe a necessidade do uso de meias
elásticas durante o voo ou indicar uso de anticoagulantes em casos mais
graves”, diz. “Existem meias elásticas de compressão 15-23 mmHG que não
necessitam de receita médica e não apresentam contraindicação no uso, que são
ótimas ferramentas para quem quer uma ajuda a mais para prevenir o quadro. São
uma ótima opção para pacientes jovens, sem doenças associadas e que viajam com
muita frequência. Sempre lembrando que se deve seguir as especificações de
tamanho da meia e cuidar para que ela seja colocada de forma correta. O uso
errado pode ser mais prejudicial que benéfico”, finaliza.
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