Saifullah Manun levou
ilegalmente quase 200 imigrantes para os EUA.
A Polícia Federal, em uma ação conjunta com a Agência Norte-Americana
de Imigração, prendeu na última quinta-feira (31) em São Paulo Saifullah
Manun, apontado como o maior traficante de imigrantes do mundo.
Natural de Bangladesh, Manun foi detido no Brás, região central de São
Paulo, onde morava há seis anos. Ele é suspeito de comandar uma organização
criminosa que já levou quase 200 pessoas do continente asiático para os Estados
Unidos passando pelo Brasil.
Grande parte das pessoas que foram levadas ilegalmente para os Estados
Unidos eram de países do sul da Ásia, como Paquistão, Índia e Afeganistão. Os
imigrantes desembarcavam no Aeroporto Internacional de Guarulhos e eram
transportados para Rio Branco, no Acre. A partir daí, eles faziam a perigosa
travessia por nações das Américas do Sul, Central e do Norte até chegar
ilegalmente em solo norte-americano.
De acordo com as autoridades norte-americanas, Manun possui permanência
de refugiado no país e era dono de um mercado no Brás e de uma agência de
turismo. Ele estava na lista de procurados da Interpol.
"Eles utilizariam como método para a introdução desses estrangeiros
no território nacional a legislação de refúgio, solicitações de refúgio que
eram feitas por esses imigrantes que tinham por objetivo de ingressar no país e
migrar posteriormente, com a ajuda desse grupo para os Estados Unidos",
disse o delegado da Polícia Federal, Marcelo Ivo de Carvalho.
"Havia um advogado que dava todo o suporte, toda a assistência a
essas pessoas. Esse advogado ele fazia petições de pedido de refúgio até mesmo
antes desses estrangeiros chegarem, que chegassem ao ter nacional e acompanhava
todo o desembarque desses estrangeiros. Então essa participação desse advogado
contribuiu e muito para realização dessa atividade ilícita", concluiu.
No total, cinco imigrantes que estavam detidos foram resgatados pelas
autoridades. A polícia cumpriu oito mandados de prisão e outros 18 de busca e
apreensão. Estavam envolvidos na ação 20 países.
Segundo as autoridades, a rede criminosa chegou a movimentar R$ 40
milhões e 42 contas bancárias foram bloqueadas.
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