Arriscar a saúde e a
própria vida para ter mais músculos vale a pena? Para algumas pessoas,
infelizmente, parece que sim. Alguns estudos têm mostrado que, apesar de
conhecerem os riscos, homens e até mulheres têm apelado para os anabolizantes
para obter mudanças rápidas no corpo.
Uma dessas pesquisas,
apresentada esta semana no congresso da Sociedade Europeia de Endocrinologia,
mostra que 70% dos usuários de esteroides sabem que os efeitos colaterais
incluem acne, calvície, problemas sexuais, irritação, infertilidade,
insuficiência hepática e renal, infarto e derrame. Mas essa consciência não
impede o uso.
A conclusão é de
médicos da Universidade Pavlov I, na Rússia, que entrevistaram 550
frequentadores de academia. Desse total, 30% admitiram ser usuários, a maioria
na faixa dos 22 a 35 anos de idade.
Um estudo publicado no
ano passado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte mostra que, por aqui,
o cenário não é diferente. De uma amostra de 100 praticantes de musculação de
18 a 35 anos de idade, 46 relataram usar ou já ter usado testosterona de forma
isolada ou junto com outras drogas, sendo quase metade do sexo feminino.
A maioria dos usuários
(63%) obteve os produtos com amigos e 97% não tiveram qualquer acompanhamento
médico. A análise foi conduzida por pesquisadores da Universidade do Estado da
Bahia e da Universidade Federal de São Carlos.
A internet facilitou
bastante a venda de anabolizantes e não é raro encontrar dicas de
fisiculturistas sobre como usar e onde obter esses produtos. Também é possível
encontrar relatos que destacam os perigos dos esteroides, mas tudo indica que a
propaganda negativa não tem sido suficiente para inibir as pessoas. Assim como
acontece com usuários de outras drogas, o desejo de parar pode surgir somente
quando já existe uma doença grave em curso.
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