FONTE: Leia Já, site parceiro da Tribuna da
Bahia Online, TRIBUNA DA BAHIA.
Jovem moradora da Zona Oeste do
Recife estava com o corpo todo flagelado e uma cruz riscada no peito.
Mais um
caso do jogo Baleia Azul está sendo investigado pela polícia em Pernambuco.
Desta vez, a vítima é uma jovem de 19 anos, moradora do bairro da Iputinga,
Zona Oeste do Recife. Este está sendo considerado o caso mais grave investigado
no Estado e a polícia acredita que a vítima estava prestes a realizar a última
fase, de se matar.
Uma
imagem divulgada pela própria jovem no Facebook mostra seu corpo cheio de
cortes de navalha e estilete – inclusive com uma cruz riscada na região do
tórax. Segundo a mãe da mulher, a filha sempre foi introspectiva mas a situação
se agravou nos últimos três meses.
A mãe
da jovem procurou a Delegacia do Cordeiro na última quarta-feira (10). Ela
havia sido informada por parentes da foto que a filha postou no Facebook e
pediu que a adolescente mostrasse o seu corpo, o que ela fez a
contragosto.
Na
última quinta-feira (11), a vítima passou praticamente toda a tarde na
delegacia, mas a polícia não conseguiu tirar uma única informação porque ela
não está mais falando. A jovem foi encaminhada para o Instituto de Medicina
Legal (IML) para exame traumatológico, mas o levantamento foi parcial porque
ela se recusou a mostrar todos os ferimentos.
“Ela
ainda está sob o subjulgo do curador do jogo Baleia Azul”, resumiu o chefe da
Polícia Civil, Joselito Kehrle. De acordo com o delegado do Cordeiro, Carlos
Couto, o interesse da garota é voltar para o jogo e ela tem tentado persuadir
os pais para que volte a usar a internet.
Os
contatos eram feitos através do Messenger, aplicativo de troca de mensagens do
Facebook. Os policiais conseguiram alguns trechos de mensagens.
Em um
deles, o curador solicita que a jovem suba no prédio mais alto e lá ela
receberia mais um desafio. “Acreditamos que o próximo passo seria pedir que ela
pulasse”, avalia Kehrle.
A mãe,
que não quis se identificar, também esteve na delegacia nesta sexta-feira (12)
para conversar com a imprensa. Ela é genitora de três pessoas, um homem de 27
anos, a vítima do jogo Baleia Azul e a caçula de 17 anos.
A
mulher diz que a filha sempre foi introspectiva, mas que também tem histórico
de traumas. “Quando ela tinha entre sete e oito anos, ela sofria bullying – na
época nem se chamava assim.
Ela
também foi muito pressionada pela professora e agiu de forma agressiva. A
professora chegou a pegar no braço dela com força e colocá-la dentro da
secretaria atrás de um guarda-roupa”, recorda.
A
adolescente já teve acompanhamento de psicólogo por quatro meses e a mãe
pretende fazer com que a jovem receba novo acompanhamento.
Após
voltar da delegacia, na quinta-feira, a garota fez diversas anotações e jogou
no lixo em seguida. Sua genitora recolheu os papéis hoje. “Eu senti que era o
que ela queria ter dito na delegacia.
Ela
comenta que acha tudo isso uma palhaçada, que não está nesse jogo e que o ela
faz o que quiser com seu corpo”, disse sua mãe. “Isso é muito preocupante. Eu
sou dona de casa e já encontrei minha filha nesse estado. Imagina para as
famílias que são mais ausentes. Os pais precisam estar atentos”, ela conclui.
Em
Pernambuco, oito casos são investigados, sendo seis pela Polícia Civil e dois
pela Polícia Federal. Joselito Kehrle diz que dois ou três curadores já foram
identificados e que um é da Bahia e outro do Ceará.
A
Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) conta que desde que começou a fazer
palestras sobre o tema em prefeituras e escolas, por exemplo, as denúncias
diminuíram em 80%.
Os
envolvidos nesse crime responderão pelo que consta no Artigo 122 do Código
Penal, que se refere a instigar alguém ao suicídio. O indiciado pode pegar até
12 anos de reclusão.
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