FONTE: Acorda Cidade, site parceiro da Tribuna da Bahia Online, TRIBUNA DA BAHIA.
Ana Cleide está inscrita no programa habitacional,
Minha Casa, Minha Vida, mas ainda não foi contemplada e mora de favor em uma
casa de difícil acesso.
A rotina de
Ana Cleide de Jesus Santos, 33 anos, todos os dias é sair em busca de alimento
para os filhos. Por sempre receber um não ao bater na porta das casas e até
mesmo ser xingada ao pedir ajuda na rua, não restou outra opção para a mãe de
seis filhos (4 moram com ela) a não ser procurar por comida no lixo.
Na casa
simples há um fogão sem botijão de gás e uma geladeira velha repleta de
produtos vencidos, colhidos em meio aos descartes de supermercados e lares da
cidade de Feira de Santana.
O
Acorda Cidade foi à casa de Cleide e a encontrou cozinhando tripa de galinha em
um fogo a lenha. Ao repórter Aldo Matos, ela disse que estava feliz e
agradecida, por ter encontrado o alimento no lixo de um frigorífico, só
lamentou não ter o arroz porque o que conseguiu estava mofado.
Ela
disse que já passou mal por causa do que come e sabe que as crianças também
correm riscos. Um de seus filhos, de 6 anos, tem problemas cardíacos e não
fala.
“Olha
aqui minha geladeira, está cheia de alimentos que peguei no lixo. A geladeira
está parando de funcionar. Aqui tem muita coisa vencida, patê, suco... Já me
senti mal, mas é o que temos para comer. Pego os alimentos do lixo para não
passar fome, porque não temos outra opção. E ainda assim a gente corre risco
porque os vigilantes vêm atrás da gente correndo e temos que largar sacola com
tudo. Pegamos alimentos em um lixão que eu invado. Tenho dois filhos que moram
com os avós: um de 17 e outro de 18 anos. Eles trabalham em outra cidade. Aqui
eu cato café, ovos, verdura, ovinho de páscoa. Meus filhos menores ficaram tão
felizes com os ovinhos”, contou emocionada.
Cleide
está inscrita no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, mas ainda não
foi contemplada e mora de favor em uma casa de difícil acesso no bairro
Caraíbas, em Feira de Santana.
O
marido é desempregado e o dinheiro que ele ganha fazendo “bicos” dá apenas para
pagar a conta de água e luz.
“Estou
cozinhando tripa de galinha, que peguei no lixo do frigorífico, para alimentar
meus filhos. Hoje só não vou ter o arroz porque só tinha esse aqui mofado.
A única ajuda que tenho é de Índia, uma bênção em minha vida, e fico mito
agradecida a ela”.
Índia é
Neide Morais, coordenadora do Projeto Criança Feliz, que se comoveu com a
história dela e passou a ajudá-la. Ana Cleide disse que a conheceu quando um de
seus filhos sumiu na rua.
“Fiquei
desesperada porque não conseguia achar meu filho. Eu iria procurar a rádio e
ela se aproximou e chamou a polícia. O sargento colocou várias viaturas e
encontraram meu filho. Hoje ela é madrinha dele. Foi uma bênção em minha vida,
que Deus me deu”, contou
Índia
disse ao Acorda Cidade que Ana Cleide foi assaltada e perdeu seus documentos e
a certidão de nascimento de um de seus filhos. Além de fazer a segunda via
destes documentos e de cestas básicas, ela precisa de um botijão de gás e uma
geladeira.
Desde a
veiculação da história dela, nos programas Nas Ruas e na Polícia e Acorda
Cidade, ambos na rádio Sociedade de Feira, Ana Cleide vem recebendo ajuda de
pessoas da comunidade.
Quer ajudar?
Quem
também puder ajudar com doações pode entrar em contato com Neide Morais através
do WhatsApp 75 98103-6627.
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