terça-feira, 20 de junho de 2017

PROTESTE ENCONTRA IRREGULARIDADES EM AMOSTRAS DE 5 MARCAS DE CARNE...

FONTE: André Carvalho, Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).


Um teste realizado neste mês com carnes de boi, embutidos e de frango em amostras de carne de supermercados de São Paulo encontrou irregularidades em produtos de cinco marcas de carne e embutidos: Ceratti, Confiança, Friboi JBS, Frialto e Montana.

Em amostras de três empresas, havia um conservante proibido na carne. O nitrato, aditivo cujo uso é permitido apenas em carnes processadas e embutidas, foi encontrado em cortes de contrafilé Friboi JBS e em picanhas das marcas Frialto e Montana.

Em exemplares de outras duas empresas, o problema foi a descoberta de uma substância típica de gordura mal conservada e deteriorada. A presença de peróxido acima do normal foi observada em mortadelas Ceratti e Confiança.

O estudo foi conduzido pela Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, sendo a segunda fase do estudo com carnes bovinas, embutidos e cortes de frango.

A primeira etapa dos testes se deu após a "Operação Carne Fraca", deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano.

Nesta primeira fase, já havia sido encontrada a presença de listeria e salmonella em cinco frigoríficos.

Presença de nitrato em contrafilés e picanhas e sinais de deterioração em mortadelas.

O aditivo nitrato, encontrado neste segundo teste realizado pelo Proteste em em cortes de contrafilé Friboi JBS e nas picanhas Frialto, é empregado em carnes com o objetivo de melhorar seu aspecto e prevenir o crescimento de micróbios, além de atuar como antioxidante.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, porém, só autorizam o seu uso em carnes processadas e embutidas, sendo proibida sua utilização em carnes frescas e congeladas.

Já os peróxidos são os primeiros compostos formados quando há a deterioração de uma gordura. A presença deles em amostras de mortadela Ceratti e Confiança, indica, então, que estes produtos não estavam bem conservados.

Empresas negam uso de conservante e contestam teste.

Procurada pela reportagem do UOL, a Friboi afirma que "suas carnes in natura são comercializadas livres de quaisquer conservantes e que não utiliza nitrato em nenhum momento do processo".

O comunicado emitido pela assessoria de imprensa afirma, ainda, que a marca "coloca-se à disposição para enviar a lista oficial de compras da unidade citada, bem como de todas as outras plantas que fabricam produtos in natura, e, assim, comprovar que a substância não é adquirida por essas plantas."

A Friboi também contesta o fato de a Proteste não ter informado o laboratório que realizou a análise e diz que "o laudo apresentado não atende ao padrão estabelecido pela norma técnica da ABNT ISO/IEC 17025/2005 para emissão de resultados".

Além disso, a marca informa que "não foi alvo da Carne Fraca e não teve nenhum produto ou funcionário citado na Operação".

A Mafrig, proprietária da marca Montana, em comunicado, afirma que "conta com um rigoroso processo de garantia da qualidade e de segurança alimentar, mantendo toda a documentação pertinente aos testes realizados em amostras coletadas de cada lote. O produto só é liberado para o mercado após a validação da área de garantia de qualidade".

A nota também diz que "as unidades de produção passam ainda por auditorias periódicas realizadas por empresas independentes" e que eles não fazem uso de nitrato em carnes in natura. Além disso, a marca diz que não tiveram acesso "aos critérios utilizados pelo Instituto Proteste para análise das amostras de produtos".

Proprietária da marca Confiança, a Seara afirma que "não teve acesso à metodologia adotada nos testes de seus produtos, laboratórios em que foram realizados, locais em que foram adquiridos, condições em que os produtos foram armazenados e critérios adotados".


As marcas Ceratti e Frialto também foram procuradas pela reportagem, mas não responderam aos questionamentos até o fechamento deste texto.

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