Allione, com um
golaço, e Régis decidiram o clássico na Fonte Nova; tricolor espera Santa Cruz
ou Sport na decisão.
O clima de guerra criado pela diretoria tricolor para o Ba-Vi
deste domingo (30), e que não foi rebatido pelos rubro-negros, acabou dando
certo de uma maneira ou de outra. Os atletas de Guto Ferreira, contagiados por
mais de 34 mil torcedores na Fonte Nova, dominaram os rivais e conquistaram a
vaga na final da Copa do Nordeste após o triunfo por 2 x 0, com gols de Allione e
Régis.
Tentando
ser discreto desde o clássico de ida, quando venceu por 2x1 em jogo no Barradão
marcado por erros da arbitragem, o Vitória se mostrou num nível de atenção e
disposição muito pequeno para quem estava numa semifinal de campeonato contra o
seu maior rival.
Do
lado do Bahia, toda a “pilha” criada nos dias que antecederam o Ba-Vi parece
ter atingido em cheio os jogadores. Com enorme garra desde o apito inicial, o
tricolor dominou a posse de bola, mas se mostrou muito afoito para criar
oportunidades nos primeiros minutos de jogo.
Tanto
é que a primeira oportunidade mais envolvente do Esquadrão surgiu apenas com 31
minutos de bola rolando. Numa bela triangulação na entrada da área, Zé Rafael
achou Edigar Junio, que chutou rasteiro, colocado, mas Fernando Miguel fez
linda defesa.
Até
então, o nervosismo do Bahia fez o time acelerar todas as jogadas, distribuir
lançamentos equivocados e tentar driblar adversários quando não era tão
necessário assim. Por isso, as chances surgiam mais na bola parada. Aos 34,
Régis cobrou falta da intermediária na direção da área e a bola passou por todo
mundo, inclusive por Edson, que fechava no segundo pau.
Apesar
do clima de guerra que infelizmente foi criado, não sobraram tantos pontapés
assim ou faltas duras na etapa inicial. O Vitória se mostrava muito longe da
pilha do rival, até mesmo disperso em alguns lances. Parecia inebriado pela
atmosfera criada pela multidão tricolor, que tomou a Fonte Nova e cantou desde
o início. Pronto para a torcida, que neste caso realmente funcionou como um 12º
jogador.
Em
meio a um jogo tão nervoso, um toque de categoria e lucidez fez toda a
diferença. E ele veio de um argentino que vem se consolidando como o ponto mais
forte do Bahia no ataque. Aos 37, o tricolor roubou a bola no ataque e encaixou
um contragolpe com Régis, que abriu na direita, para Allione. Com dois toques,
ele tirou Bruno Ramires do lance e emendou com um chute colocado no ângulo de
Fernando Miguel.
A
etapa final começou com o Vitória tendo um lampejo frustrado de reação e a sua
melhor chance. Aos 4, Euller cobrou falta da direita na direção da área, Jean
saiu muito mal do gol, não conseguiu cortar e Alan Costa escorou para o meio;
David, no segundo pau, não conseguiu marcar sem goleiro.
Do
outro lado, Allione continuou esbanjando qualidade. Aos 6, o argentino tocou de
calcanhar na direita para Eduardo, que entrou livre na área; em vez de cruzar
para vários companheiros que esperavam livres, o lateral preferiu chutar direto
para outra bela defesa de Miguel. Três minutos foi a vez do meia receber de
Régis na área e chutar por cima do gol.
Mesmo
precisando apenas de um gol para empatar e conseguir a vaga na final, o Vitória
continuou atônito. O Bahia, por outro lado, conseguia transformar a pilha em
domínio e, finalmente, em gols. Aos 14, Eduardo disparou pela direita, recebeu
de Zé Rafael e cruzou para Régis, que passou com habilidade por Kanu e chutou
na saída de Fernando Miguel.
Na
comemoração, Régis deu um presente para o Leão: foi comemorar com a torcida e
levou o seu segundo amarelo. Poderia gerar esperança para o Vitória se
Patric, no minuto seguinte, não cometesse uma estupidez. Primeiro, derrubou
Edigar Junio num lance de contra-ataque quando era o último homem antes do gol.
Levou o cartão amarelo. Se merecia o vermelho ali e não recebeu, na sequência,
o lateral empurrou Armero numa discussão e acabou expulso.
O
restante do jogo fluiu com a torcida tricolor pedindo mais um, mas com o time
em campo sabendo que o dever estava cumprido. O rubro-negro, que mesmo assim
precisava de um gol apenas para levar a decisão para os pênaltis, nada fez. Não
houve brio no ataque, raça, nada. O Vitória terá que brigar pelo revide, então,
nas finais do Campeonato Baiano, a partir desta quarta-feira (3).
Na
final do Nordestão o tricolor enfrentará o Santa Cruz ou o Sport, a partir da
quarta-feira (17). Os rivais pernambucanos fazem o jogo de volta quarta-feira
(3), às 21h45, no Arruda. o O Santa venceu o primeiro duelo por 2x1 na Ilha do
Retiro.
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