Segundo
estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população
brasileira, a maioria entre 25 e 45 anos convive com a doença.
Muita gente
provavelmente já sentiu uma dor de cabeça e em seguida tomou um analgésico.
Portanto, essa medida não adianta muito, para mais de 31 milhões de brasileiros
que convivem atualmente com enxaqueca crônica. Segundo estimativa da
Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população brasileira, a
maioria entre 25 e 45 anos convive com a doença. Ainda de acordo com a OMS, a
enxaqueca é a sexta doença mais incapacitante do mundo.
No Brasil, é estimado
que apenas 56% dos pacientes com enxaqueca procuram atendimento e, destes,
apenas 16% se consultam com especialistas em cefaléias, popularmente conhecida
como “dor de cabeça”. Um estudo feito em duas Unidades Básicas de Saúde (SUS)
encontrou prevalência de 45% de enxaqueca nos pacientes com queixa de cefaléia.
Esse tipo de
sofrimento, causado pela enxaqueca é conhecido por Patrícia Pereira, que desde
a infância sofre com a doença. Com 40 anos, a professora universitária tem uma
das formas mais incapacitantes da doença, sofrendo efeitos na sua visão, tato e
fala. Ela conta que já chegou a se ausentar algumas vezes no trabalho por ter
crises consecutivas.
“As crises são tão
intensas, que penso, mas não consigo falar. A enxaqueca me deixa aérea, como se
eu não tivesse controle do que eu estou fazendo. É muito traumatizante. Já
cheguei até desmaiar algumas vezes”, conta a professora.
De acordo com a OMS,
quando se trata de crianças, a doença atinge entre 3% a 10% desse público,
afetando igualmente ambos os sexos antes da puberdade. Após essa fase, o
predomínio é no sexo feminino. Entre as mulheres, o problema chega atingir 25%,
mais que o dobro da prevalência entre os homens, segundo o Ministério da Saúde.
A enxaqueca é
facilmente confundida com uma dor comum. Mas, de acordo com a Academia
Americana de Neurologia, não é necessário passar por exames de imagem para o
diagnóstico. Basta preencher os critérios que identificam a enxaqueca para que
o tratamento possa ser iniciado.
A neurologista Thaís
Martins, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia, explica que a dor ocorre
só de um lado da cabeça, com intensidade moderada a intensa, normalmente
pulsante, que dura entre quatro e 72 horas, e costuma vir com outros sintomas,
como náusea, vômito, tontura, sensibilidade à luz e ao barulho. “Esses são os
pontos a serem avaliados”, disse.
Para quem sofre de
enxaqueca, o impacto social, econômico e emocional é inevitável. “O paciente
não presta atenção nas coisas, não trabalha ou estuda bem e tem certas áreas da
memória afetadas”, revela à neurologista. A dor pode ser episódica ou crônica,
e a doença pode ocorrer com aura ou sem aura. Um sintoma neurológico, como, por
exemplo, uma alteração visual.
A especialista ressalta
que é necessário tomar o medicamento adequado para cada situação, uma vez que o
uso em excesso de cafeína, presente na maioria dos medicamentos contra
enxaqueca, pode piorar o quadro de cefaléia mais simples.
“Os remédios para
enxaqueca possuem um vasoconstritor associado a analgésicos, usado para reduzir
os vasos dilatados. Para esses casos, eles funcionam bem. O consumo inadequado
de comprimidos pode piorar dores de cabeça do tipo tensionais, pois a cafeína
não ajuda o corpo a relaxar”, alerta.
Segundo a médica,
possíveis causas para as crises em enxaqueca variam de indivíduo para
indivíduo, sendo que em alguns não há presença de nenhuma causa específica.
“Entretanto, os gatilhos de enxaqueca mais comuns são estresse, jejum
intermitente, dormir mais ou menos horas do que o de costume, mudanças bruscas
de temperatura e umidade, odores fortes, esforço físico excessivo, luzes e sons
intensos, abuso de medicamentos, incluindo analgésicos, fatores hormonais,
consumo de certos alimentos e bebidas”, ressaltou.
O tratamento para
enxaqueca é prioritariamente medicamentoso. Porém, antes de iniciar o
tratamento para enxaqueca, é necessário saber se o diagnóstico está correto e
qual o fator desencadeante dela. “No geral, o melhor é evitar esses
desencadeantes e tomar o medicamento indicado pelo médico quando uma crise
aparecer”, revela.
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