FONTE: Luiza Calegari, do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
A Polícia Federal deu
início na manhã de sábado (18) à operação Éskhara, que ocorre
simultaneamente em três Estados para tentar desarticular uma organização
criminosa que praticou uma fraude milionária contra a Caixa Econômica Federal
(CEF) no final do ano passado.
Segundo informações
fornecidas pela Caixa à polícia, essa é a maior fraude já sofrida pela
instituição em toda a sua história.
Segundo o delegado
regional executivo da superintendência da Polícia Federal em Tocantins, Almir
Clementino Soares, os criminosos forjaram um bilhete da Mega-Sena com um prêmio
no valor de R$ 73 milhões.
Nem o sorteio nem o
prêmio eram reais. Eles abriram uma conta-corrente em nome de um ganhador
fictício em dezembro do ano passado.
O gerente da agência
liberou o pagamento do prêmio, que é feito pela própria Caixa. Depois a quantia
foi dividia em duas outras contas bancárias, uma em Goiás (R$ 33 milhões) e
outra em São Paulo (R$ 40 milhões).
A administração da
Caixa, percebendo as irregularidades, solicitou esclarecimentos ao gerente da
agência em Tocantinópolis, mas ele estava de férias e não apresentou nenhum
documento comprovando a legalidade do pagamento.
A Polícia Federal,
então, foi chamada para investigar o caso e conseguiu a prisão preventiva do
gerente.
Até agora, cerca de
70% do valor foi recuperado por meio do bloqueio das contas bancárias dos
envolvidos. Quanto ao restante, o delegado afirmou que já foi realizado um
levantamento dos bens dos envolvidos, para que um sequestro das propriedades
ajude na recuperação da quantia total.
Com o bloqueio das
contas, os suspeitos que ainda não foram detidos desconfiaram que uma
investigação estava em andamento e, agora, já são considerados foragidos.
"Eles já estão cientes da investigação, mas, enquanto estiverem sendo
procurados pela polícia, serão considerados foragidos", afirmou Soares.
Há ainda indícios da
participação de um suplente de deputado federal do Estado do Maranhão no crime,
de acordo com a PF.
A operação está sendo
cumprida ao mesmo tempo em Goiás, no Maranhão e em São Paulo. Ao todo, deverão
ser cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dez mandados de busca e
apreensão e um mandado de condução coercitiva.
Os envolvidos
responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de
quadrilha e da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro). Somadas, as penas podem
chegar a 29 anos de prisão --caso haja condenação.
Procurada, a Caixa
Econômica Federal informou que não vai passar informações do caso à imprensa,
apenas à polícia, para não atrapalhar o andamento das investigações.
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