FONTE: *** Carol Salles, Colaboração para o UOL (http://estilo.uol.com.br).
Até bem pouco tempo atrás, durante o período
menstrual, a mulher tinha basicamente duas escolhas para reter o fluxo:
absorventes descartáveis externos ou internos. Hoje o cenário é outro. Há novas
opções para se considerar na hora de absorver o sangue menstrual. O abre-alas
dessa tendência foi, sem dúvidas, o coletor
menstrual.
Há cinco ou seis anos, era vendido no boca a boca
em grupos fechados do Facebook e as poucas marcas disponíveis eram importadas.
Mas acabou ganhando popularidade pela praticidade, economia e apelo ecológico.
Hoje é vendido em farmácias, tem atrizes famosas de garotas-propaganda e é assunto
comum nos consultórios ginecológicos.
Na esteira, vieram os absorventes de pano‚ as
esponjas --ainda pouco comuns no Brasil-- e até as calcinhas
com revestimento lavável que, recentemente, foram lançadas no país.
Todos os métodos, segundo os ginecologistas consultados pela reportagem, são
seguros. Além disso, também são econômicos, já que podem ser reutilizados (com
exceção da esponja). Escolher entre um ou outro, portanto, é questão de
preferência e adequação ao fluxo e estilo de vida.
A seguir,
veja prós e contras de cada método:
1) Coletor ou copinho menstrual.
É um recipiente de silicone que deve ser colocado
na entrada da vagina para a coleta do sangue menstrual. Um de seus atrativos é
o fator custo X benefício: ele vale, em média, R$ 90, e, se bem conservado, tem
vida útil de até 10 anos. Além disso, pode ser lavado facilmente com água e sabão,
é feito de material hipoalergênico, e não deixa a pele da vulva úmida,
minimizando as chances de irritações e coceiras. Por isso, é considerado pelos
médicos uma boa opção para quem tem alergia aos absorventes convencionais.
Também é possível nadar e praticar atividades
físicas com ele. Por outro lado, a adaptação exige um pouco de paciência, já
que no início pode haver vazamentos por conta do mal posicionamento do coletor
ou desconhecimento do volume do fluxo. É preciso lembrar de retirá-lo antes das
relações sexuais. Os médicos também não recomendam que se durma com o coletor,
pois entendem que mantê-lo no canal vaginal durante período prolongados (mais
do que seis horas), pode predispor a algum tipo de infecção.
2) Calcinha absorvente.
Imagine sair do banho, durante o período
menstrual, e não precisar se lembrar de colocar absorvente. Essa é uma das
vantagens desse produto. Confeccionado em tecido antimicrobiano com bloqueador
de odores, tem apenas 1/3 da espessura de um absorvente convencional mas,
segundo o fabricante, é capaz de captar o dobro do volume de sangue. Qual é a
mágica? O forro, com tecnologia patenteada pela marca, é feito em camadas de
tecidos que garantem essa superabsorção, além de terem secagem rápida e não
abafarem a região.
Disponível em quatro modelos, um para cada tipo
de fluxo --leve, moderado ou intenso, pode ser lavado no banho ou em máquina.
Os cuidados devem ser os mesmos das outras calcinhas: enxaguar bem para
eliminar resíduos de sabão e sangue e secar em ambiente ventilado (evite o
banheiro). Para os médicos, a calcinha, quando bem higienizada, não tem
contra-indicações. O produto dura cerca de dois anos e custa entre R$ 75 e R$
95.
3) Absorvente de pano.
Muita gente torce o nariz quando ouve falar
deles, pois logo lembra das famosas toalhinhas do tempo das nossas avós. Só que
os absorventes de pano também evoluíram. Hoje são confeccionados em tecidos de
algodão hipoalergênico de alta absorção, com abas e botão de pressão para
fixarem-se à calcinha. Além disso, são mais finos que o absorvente comum e em
formato anatômico, que se ajusta à calcinha e ao corpo.
Duram de cinco a dez anos e são seguros para a
saúde, mas demandam tempo de lavagem --podem ser armazenados em um local limpo
durante o período menstrual, como uma sacolinha exclusiva para esse fim, depois
deixados de molho em água fria, lavados em máquina e, por fim, recomenda-se
expô-los ao sol.
4) Esponja.
Dentre todas as novidades, a menos conhecida no
Brasil é a esponja. Em formato que lembra a ponta de uma flecha, funciona de
maneira muito similar a um absorvente interno convencional. A diferença é que
se molda às formas internas do corpo e não precisa ser retirada na hora do
sexo. No entanto, como desvantagem, os médicos apontam o fato de que a retirada
pode ser difícil.
Ela não possui um fio com o qual possa ser
puxada, como outros absorventes internos, mas uma espécie de alça. Além disso,
é descartável e deve ser trocada a cada 4 ou 6 horas, em média. Não é indicada
para quem tem fluxo muito intenso, por conta dos riscos de vazamento.
***Fontes: Paulo César Giraldo, professor titular
de Ginecologia da Unicamp e presidente da Sogesp (Sociedade de Obstetrícia e
Ginecologia do Estado de São Paulo), Rodrigo Aquino, professor-associado e
livre-docente do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina
(Unifesp - SP), Priscila Cury, ginecologista e obstetra do Hospital Pró-Matre
(SP), Sergio Podgaec, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert
Einstein (SP) e Luisa Cardoso, proprietária da Korui, marca de absorventes de
pano (Florianópolis, SC).
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