Um
desistente da Universidade de Stanford quer mudar os exames de sangue com um
aparelho que promete resultados precisos por meio de uma picada no dedo.
Esta não
é a história da Theranos de Elizabeth Holmes -- que ganhou fama e em seguida,
de forma igualmente espetacular, entrou em queda, dois anos atrás. Com esta
nova startup, acreditam alguns investidores, as coisas serão diferentes.
Tanay
Tandon e a cofundadora Deepika Bodapati, que abandonou a Universidade do Sul da
Califórnia, arrecadaram US$ 3,7 milhões com investidores, encabeçados pela
firma de capital de risco Sequoia Capital, para lançar sua empresa, a Athelas,
batizada com o nome da planta curativa de "O Senhor dos Anéis".
As
fundadoras, que têm 20 e 22 anos, respectivamente, afirmam que seu analisador
de sangue portátil, um cilindro preto muito parecido com o aparelho Echo, da
Amazon, pode realizar uma contagem completa de células sanguíneas a partir de
um teste feito em casa por meio de uma picada no dedo.
Tandon
conta que aprendeu com o colapso da Theranos, que alcançou uma avaliação de US$
9 bilhões e teve cobertura elogiosa da imprensa apesar de pouco revelar sobre o
funcionamento real de sua tecnologia. Quando as inovações da Theranos se
mostraram ilusórias, o valor da empresa despencou e os investidores foram
embora.
"A
Theranos provou que havia um claro interesse no espaço -- teria sido uma ótima
empresa se tivesse funcionado", disse ele. "Agora os investidores
dizem que precisam de provas antes que possamos captar recursos."
Buscando aprovação.
A Athelas
publicou dados iniciais comparando os resultados laboratoriais tradicionais com
sua tecnologia, que captura imagens de alta resolução de uma amostra de sangue
e, em seguida, utiliza um computador para classificar e contar células. O
processo depende de aprendizagem de máquina. Tandon reuniu milhares de imagens
de células sanguíneas rotuladas por patologistas e as inseriu em computadores
para treiná-los para que pudessem distinguir diferentes tipos de células.
Segundo ele, o processo será mais preciso do que o teste padrão.
A empresa
apresentou dados à Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na
sigla em inglês) e espera receber autorização neste ano confirmando que sua
tecnologia produz resultados equivalentes ao sangue extraído de uma veia e
testado em um equipamento padrão do setor. Por enquanto, seu dispositivo pode
ser usado pelos pacientes para decisões médicas, desde que um patologista
comprove os resultados dos testes realizados. Uma autorização da FDA permitiria
a venda irrestrita do dispositivo da Athelas, segundo Tandon.
Entre os
primeiros apoiadores estão duas grandes empresas farmacêuticas que assinaram
acordos para analisar o aparelho da Athelas como forma de teste para ajudar a
encontrar mais pacientes para seus medicamentos para aumento de glóbulos
brancos, disse Tandon, que preferiu não revelar quais são as empresas.
Alfred
Lin, sócio da Sequoia que assessora a Athelas, prevê que o produto será usado
em salas de emergência e se tornará tão onipresente quanto o termômetro.
"Nossa
tese é que ele será adotado porque reduzirá custos e proporcionará uma
experiência melhor para o cliente", disse Lin. "O tempo dirá."
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