segunda-feira, 28 de agosto de 2017

SERÁ QUE A IDADE PATERNA AUMENTA RISCO DE MALFORMAÇÃO FETAL?...

FONTE: *** Alexandre Faisal (http://dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).



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Ter filhos é uma decisão comumente postergada pelos pais. Os motivos são diversos: as pessoas se casam mais tarde, tem outros interesses profissionais ou simplesmente deixam para depois de terem curtido a vida. A existência de tecnologias de reprodução assistida é outra explicação. No caso da idade materna avançada, após 40 anos, os risco fetais e obstétricos são bem conhecidos. Já quanto a idade paterna os dados são limitados. Ou pelo menos eram. Um estudo americano objetivou determinar a influência da idade paterna em resultados perinatais e avaliar se essa influência difere entre gestações espontâneas e aquelas obtidas por meio de tecnologia de reprodução assistida. Foram usados retrospectivamente dados de todos os nascidos vivos em Ohio de 2006 a 2012, num total de mais de 830.000 nascimentos. A idade paterna foi determinada 82% das gestações e a sua associação com complicações perinatais foi ajustada para idade materna, raça, gestação multifetal e tipo de plano de saúde.

Vamos aos principais resultados. A idade paterna variou de 12 a 87 anos, enquanto a idade materna variou de 11 a 62 anos. O uso de técnicas de reprodução assistida aumentou com a idade paterna, variando de 0.1% entre os pais com menos de 30 anos a 2.5% para os pais com mais de 60 anos. Mas a grande e boa notícia é que o aumento da idade paterna não se associou a um aumento significativo na taxa de pré-eclâmpsia, parto prematuro, restrição de crescimento fetal, mal formação congênita ou desordem genética do bebê, e admissão à unidade de terapia intensiva neonatal. A influência da idade paterna nos resultados obstétricos foi semelhante nas gestações espontâneas ou por meio de reprodução assistida. A conclusão é que o aumento da idade paterna não representa um risco independente de desfechos perinatais adversos, nas gestações obtidas com ou sem tecnologia de reprodução assistida. Os resultados são tudo de bom para homens mais velhos que desejam ter filhos mas se preocupam com os eventuais riscos para a mãe e para o bebê.

Os autores, no entanto, sugerem cautela com os dados já que admitem que em mesmo com quase 1 milhão de nascimentos, alguns efeitos negativos associados à idade paterna podem não ser detectados. Do ponto de vista metodológico pode até ser verdade, mas aposto que os pais meio coroas já devem estar comemorando. E provavelmente suas parceiras e esposas também.

(Hurley EG, DeFranco EA. Influence of paternal age on perinatal outcomes. Am J Obstet Gynecol 2017).

Sobre o autor.

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos

Sobre o blog.


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