FONTE: Paulo Victor Chagas - Agência Brasil, , (http://leiamais.ba).
Os dados foram apresentados na terça-feira (29/8) por causa do
Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Nos últimos oito
anos, o número de fumantes passivos diminuiu quase pela metade. De acordo com
pesquisa do Ministério da Saúde feita nas 26 capitais e no Distrito Federal, a
proporção de pessoas que não fumam mas são expostas à fumaça de cigarro caiu de
12,7% em 2009 para 7,3% no ano passado, o que representa uma queda de 42,5%.
Os dados foram
apresentados na terça-feira (29/8) por causa do Dia Nacional de Combate ao
Fumo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo passivo
foi a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, ficando atrás apenas do
tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
Durante o evento
para anúncio dos dados, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse ser
favorável ao aumento no preço de cigarros, seguindo recomendações mundiais de
desestímulo ao uso do tabaco.
Caso o preço
subisse em 50%, alega a pasta, poderiam ser evitadas nos próximos dez anos mais
de 130 mil mortes, mais de 500 mil infartos e eventos cardíacos, além de 100
mil acidentes vasculares cerebrais. Segundo Barros, essa ação tem que ser
tomada simultaneamente com o combate ao contrabando, pois, se o preço aumentar,
“inevitavelmente”, o comércio ilícito também subirá. Ele disse, porém, que a
medida ainda precisa ser discutida entre outros órgãos do governo, como os
ministérios da Fazenda e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Queda de
fumantes.
De acordo com a
pesquisa, a incidência de fumantes também vem caindo: de 15,7% em 2006 para
10,2% em 2016, uma diminuição de 35% no período. As reduções se devem, em
parte, pelas medidas adotadas pelo governo brasileiro nos últimos anos
atendendo a recomendações da OMS, como a proibição da propaganda comercial de
cigarros, o estabelecimento de preços mínimos e o aumento da taxação dos
produtos. Além disso, o fumo em ambientes de uso coletivo foi proibido em 2014,
acabando com as áreas para fumantes e os chamados fumódromos.
Segundo o
ministério, 428 pessoas morrem por dia em decorrência de doenças cuja causa é
atribuível ao tabagismo, número que representa 12,6% de todas as mortes que
ocorrem no Brasil. Somente no ano de 2015, mais de 155 mil mortes foram atribuídas
a doenças cardiovasculares e pulmonares, além de diferentes tipos de câncer.
Feita por telefone nas 26 capitais e no Distrito Federal, a consulta fez 53.210
entrevistas.
Aditivos em
cigarros.
O Ministério da
Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) também voltaram a defender a
proibição do uso de aditivos que dão aromas e sabores adocicados aos cigarros.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou uma resolução em
2012 que restringe o uso das substâncias, mas desde 2013 o Supremo Tribunal
Federal concedeu uma decisão liminar permitindo os aditivos até que o caso
fosse julgado em definitivo, o que até hoje não ocorreu.
A proibição é
defendida pelas autoridades de saúde, já que a experimentação e consumo de
cigarro entre adolescentes tem reduzido mas continua alto, de acordo com
especialistas ligados ao tema: em 2015, 19% dos estudantes do 9º ano das
capitais brasileiras já haviam experimentado cigarro. Em sua fala, o ministro
da Saúde pediu que os deputados federais e representantes de órgãos ligados à
saúde presentes que visitem a ministra Rosa Weber, do STF, com o objetivo de
convencê-la a liberar o assunto para julgamento.
“Continuaremos
investindo nessa área, aumentaremos as campanhas, como um acordo de Saúde na
Escola [em parceria] com o Ministério da Educação, para poder também orientar
as crianças para criar uma maior resistência ao início de fumar, que justamente
acontece na adolescência na maioria dos casos”
O representante
da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e da OMS no Brasil, Joaquim
Molina, elogiou o desempenho das instituições brasileiras no combate ao
tabagismo. “O uso de tabaco é uma das principais causas evitáveis de morte em
todo o mundo, matando mais de 7 milhões por ano. Seus custos econômicos também
são enormes, gastando mais de US$ 1,4 trilhão em postos de saúde. Parabenizamos
o governo do Brasil, o Ministério da Saúde, organizações da sociedade civil que
lutam contra o fumo, reafirmando que a OPAS e a OMS estão do lado de vocês
nesta luta pela saúde”, disse.
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