FONTE: Heloísa Noronha, Colaboração para o UOL (http://estilo.uol.com.br).
Ser alvo de uma infidelidade provoca vários
sentimentos: mágoa, raiva, ciúme, vontade de se vingar... Por amor, muita gente
decide relevar uma traição, mas desculpa o par somente da boca para fora. No
íntimo, o ressentimento continua crescendo, impedindo a pessoa de seguir em
frente e reconstruir a relação. Conversar muito sobre o que houve e fugir de
culpas inúteis são alguns dos conselhos para conseguir perdoar de verdade. Veja
outros, se você quiser, de verdade, relevar e tocar a vida do casal adiante:
Não faça de conta que nada
aconteceu.
Varrer a sujeira para debaixo do tapete só ajuda a
acumular mais pó. Se quer mesmo perdoar e seguir em frente, não se reprima. Ser
traído é muito dolorido, mas ignorar qualquer tipo de emoção significa não
curar verdadeiramente a ferida. Sentir raiva, culpa, mágoa, decepção, fracasso,
vergonha e sensação de perda faz parte do processo de luto. Dói, mas é uma dor
necessária.
Esgote o assunto com o par.
Entender o que levou a pessoa a trair é
fundamental, inclusive para motivar e selar o perdão. Portanto, converse muito
com a pessoa e elimine todas as dúvidas e fantasmas de sua cabeça. Falar sobre
o assunto é doloroso, claro, mas transformá-lo em tabu é pior ainda. Ao
tentarem entender o que levou à infidelidade é possível compreender o que falta
(ou não) na relação e, assim, reinventá-la.
Evite buscar mais detalhes.
Os dois conversaram a fundo sobre o assunto e você
decidiu superar o chifre e continuar o romance? Ótimo, então nada de ficar
repetindo na mente cada trecho da conversa ou, pior, ir atrás de detalhes e
informações sobre a vida da pessoa com quem o par traiu você, por exemplo.
Fuçar redes sociais e alimentar a imaginação com fantasias só vão reviver e
prolongar o sofrimento. E mais: você corre o risco de se tornar uma pessoa
obsessiva e até adoecer, além de comprometer o futuro da relação.
Não caia no jogo da culpa.
Pare de se martirizar procurando entender como e
onde você errou. Evite, também, acusar as outras pessoas de mau-caratismo,
maldade e frieza, entre outras coisas. Em vez de buscar culpados para a infidelidade, encare a
experiência como uma
oportunidade de olhar a
relação de modo diferente e de fazer ajustes.
Pare de jogar na cara.
Se resolveu perdoar e seguir
em frente, vire a
página. Não traga a
história à tona a todo momento, seja na
forma de indiretas ou de ameaças. Não use o que aconteceu para manter o outro
sob controle ou de lembrá-lo o quanto você sofreu.
Dê um voto de confiança.
Voltar a confiar é fundamental.
A vontade de fiscalizar
cada passo do outro é grande, mas é uma armadilha. Se você usar o controle para sufocar uma pessoa, será muito difícil seguir
em frente. Cuidado para não transformar sua relação em uma prisão e criar novos problemas.
Não torne o episódio um reality
show.
Se há a mínima chance de perdão, evite
sair contando o que houve por aí, ainda mais para gente que não tem
relação alguma com o ocorrido. Embora você esteja buscando acolhimento,
acredite, essas
pessoas não ajudarão em nada.
Ou, pior ainda, ajudarão de forma torta, usando as próprias experiências como parâmetro
para dar pitacos inúteis. E lembre-se: publicar desabafos nas redes sociais é uma
exposição desnecessária.
Bico calado e discrição são as palavras-chave se você quer mesmo dar uma nova
chance ao amor.
Valorize o que é bom.
Em um primeiro momento, pode
parecer uma
tarefa árdua. Mas assim que conseguir organizar as ideias e pensar com clareza, faça uma lista
mental dos momentos agradáveis e desagradáveis, das
situações de gratidão, cuidado e entrega versus as de frustração, mágoa e decepção. Se a
parte boa for mais relevante do que a ruim, você terá condições de sentir
motivação para perdoar.
*** Fontes consultadas: Luciano Passianotto,
psicoterapeuta e terapeuta de casais; Marina
Vasconcellos, psicóloga pela PUC–SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e terapeuta familiar e de casal pela Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo); Raquel Fernandes Marques, psicóloga da
Clínica, de São Paulo (SP), e Thais Rabanea, psicóloga.
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