FONTE: Fernando Cymbaluk, Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
Excesso de catarro,
sensação de areia nos olhos, garganta seca, pele coçando e dor de cabeça. Esses
efeitos podem ser causados pelo tempo seco. Há 48 dias não chove em São Paulo.
Brasília passou dos 70 dias sem precipitação significativa, assim como Belo Horizonte.
O índice de umidade
do ar alcançou mínimas em torno de 20% no Estado de São Paulo, de acordo com o
Inmet (Instituo Nacional de Meteorologia). Em cidades de Mato Grosso, como
Chapada dos Guimarães, a umidade relativa do ar varia entre 12% e 20%, índice considerado de risco à saúde. A Organização
Mundial da Saúde estabelece o nível acima de 60% de umidade como o de bem-estar
para as pessoas.
"Esse tempo faz
com que partículas fiquem mais tempo no ar", explica Alexandre Kawassaki,
pneumologista do Hospital 9 de Julho. Isso vale tanto para as partículas de
poluição da cidade quanto para a poeira ambiental e doméstica --que pode ter
muitos ácaros. Com a menor umidade do ambiente, as secreções produzidas
pelo corpo não dão conta de manter a hidratação necessária.
O tempo seco afeta
ainda os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Rondônia. Também
sofrem com o tempo seco o leste de Minas Gerais, o oeste do Acre, o sul do
Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, o oeste do Paraná e de Santa Catarina
e o noroeste do Rio Grande do Sul.
Os efeitos do ar seco
no corpo serão mais severos conforme a pessoa. "Depende da sensibilidade
de cada um, mas as pessoas podem ficar com os olhos, a boca e o nariz mais
secos", diz Kawassaki. "Quem possui fragilidade na mucosa pode ter
sangramento nasal", completa o médico.
A situação só deve
começar a mudar na quarta-feira, quando uma frente fria se aproxima do sul de
Mato Grosso do Sul, onde pode chover à noite. A massa deve seguir em direção ao
oceano, passando por São Paulo, onde a expectativa é que chova na quinta (3).
Até lá, quem
possui doenças crônicas, como asma, rinite e sinusite sofre com crises
mais frequentes: mais coriza, dificuldade respiratória e até mesmo dores de
cabeça, causadas pelo agravamento da sinusite.
Contra o tempo seco,
a estratégia é hidratar o corpo e umidificar o ambiente. Beber
líquidos, lavar o nariz e os olhos com soro fisiológico e utilizar
umidificadores de ambiente ajudam a prevenir e aliviar os sintomas de problemas
respiratórios.
Bacias de
água e toalhas molhadas espalhadas pelo ambiente podem ser usadas por quem não possui um umidificador.
E a pele?
Outro problema é o
efeito do tempo seco sobre a pele, que fica mais seca e pode sofrer com
dermatites, como descamação, vermelhidão e coceira.
A falta de hidratação
da pele pode ocasionar rachaduras e feridas. "Costas e rosto possuem mais
glândulas sebáceas e sofrem menos. As regiões que não produzem secreção
sebácea, como braço e perna, chegam a descamar", explica a dermatologista
Caroline Semerdjian.
As pessoas que
naturalmente possuem a pele mais seca, como idosos, crianças e mulheres que
estão no período pós-menopausa precisam de mais cuidados.
Para a pele
seca, óleos e hidratantes podem garantir a hidratação. Para quem possui a pela seca, a dermatologista
recomenda passar óleo de amêndoa com a pele úmida, o que possibilita absorção
maior.
"Uma pessoa
idosa pode passar óleo de amêndoa no rosto. Já um jovem pode ficar com óleo
demais, o que causa espinha. No caso dos hidratantes, quem tem pele mais seca e
mais grossa pode usar um mais espesso. Quem tem pele mais oleosa deve usar os
mais fluidos e leves, que melhoram o ressecamento mas não deixam pele
melecada", explica.
Também é importante
evitar banho muito quente e muito longo, uso de bucha (que remove o pouco de
oleosidade e secreção que a pele produz), e sabonete antibacteriano.
Para lavar o corpo, o
mais indicado são os sabonetes neutros (como o glicerinado) ou infantis.
É importante também
evitar a prática de atividades físicas ao ar livre entre as 10h e as 17h ,
quando o trânsito de veículos é maior e a poluição do ar, mais elevada.
"Quem toma
remédio de uso contínuo deve manter a medicação e procurar um médico se
precisar", diz Kawassaki. A inalação é indicada para casos de asma e
bronquite mais agudos. Existem colírios especiais para quem tem olhos secos,
que podem ser indicados por um oftalmologista.
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