Não,
desde que o catarro seja seu. É
que o catarro de outra pessoa (assim como outros fluidos humanos, tipo pus e
sêmen) carrega vírus e outros microrganismos que podem causar doenças se
sobreviverem ao ácido do estômago e às enzimas pancreáticas. Ou seja: não saia
por aí comendo catarro alheio! No máximo, engolir seu catarro pode atrasar um
pouco sua digestão, caso seja muito. Mas, se você ficar doente, preste atenção
à cor – ela pode indicar algum problema. Catarro branco é sinal de inflamação
(como sinusite), amarelado ou esverdeado é sinal de infecção bacteriana e o
vermelho indica a presença de sangue, o que pode ser sinal de bronquite,
pneumonia e até câncer no pulmão. Curiosidade: o catarro é composto de 90
a 95% por água, de 2 a 4% por mucinas (parte gelatinosa) e de 1% por
sais, lipídios, componentes inflamatórios, restos celulares e outros.
1)
POR CIMA E POR BAIXO.
O
interior de nosso aparelho respiratório é revestido de membrana mucosa, que
produz a substância viscosa que sai do nariz. A secreção produzida nas vias
aéreas inferiores (traqueia, brônquios e pulmões) é chamada de catarro,
enquanto a produzida nas superiores (cavidade nasal, faringe e laringe) é
chamada de coriza. A mucosa possui cílios que se movimentam, carregando o muco
para a boca.
2)
GOELA ABAIXO.
Nosso
corpo produz de 75 a 100 ml de catarro diariamente. Boa parte é engolida por
instinto de forma contínua e vai parar no estômago. Microrganismos que possam
estar presentes, como vírus e bactérias, são digeridos. E, se sobrevivessem,
tudo bem, pois eles já existiam no nosso corpo antes. O problema seria engolir
o catarro de outra pessoa, que tem uma flora bacteriana diferente e poderia
causar infecções.
3)
PISCINA GRUDENTA.
Mas
o catarro pode, sim, oferecer riscos. Se você estiver doente, com alguma
inflamação ou infecção, ele pode se acumular nos pulmões, levando a outras
infecções. Uma pessoa que tem infecções frequentes nos pulmões pode ter
bronquiectasia, uma dilatação dos brônquios, o que por sua vez aumenta a
retenção de secreções, facilitando novas infecções e transformando tudo num
círculo vicioso.
TdF
sugeriu – Pedro Bartolome.
CONSULTORIA Iuri Filardi, gastroenterologista do Ambulatório
Médico de Especialidades de Piracicaba (SP), Fábio Abdalla, professor de
biologia celular e histologia na UFSCar de Sorocaba (SP), Fernanda Miranda de
Oliveira, pneumologista e diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT), e Ricardo Barbuti, gastroenterologista do
Hospital das Clínicas da USP.
*** FONTE: Artigo Physiology
of Airway Mucus Secretion and Pathophysiology of Hypersecretion, de Duncan
Rogers.
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