sexta-feira, 24 de maio de 2019

INCIDÊNCIA DOS CASOS DE CÂNCER NA TIREOIDE VEM AUMENTANDO...



Sábado, 25 de maio, é celebrado o Dia Internacional da Tireoide.

Estima-se que 60% da população brasileira tenham nódulos da tireoide em algum momento da vida. Mas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), apenas cerca de 5% dos nódulos são cancerosos.

A glândula é a responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso organismo.

Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).

Hipotireoidismo.
Tudo começa a funcionar mais lentamente no corpo: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória; cansaço excessivo; dores musculares e articulares; sonolência; pele seca; ganho de peso; aumento nos níveis de colesterol no sangue; e até depressão.

Hipertireoidismo.
Nesse caso, tudo no nosso corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara; o intestino solta; a pessoa fica agitada; fala demais; gesticula muito; dorme pouco, pois se sente com muita energia, mas também muito cansada.

O Dia Internacional da Tireoide é celebrado em 25 de maio. A Dra. Lara Bessa, endocrinologista do Grupo Fleury, em Salvador, esclarece algumas dúvidas comuns sobre o tema:

O que é um nódulo na tireoide?
 É um aglomerado de tecido tireoidiano ou um cisto, formação preenchida por líquido.

Quais os sintomas?
A maioria dos nódulos é detectada por exames de imagem, geralmente com um tamanho que não acarreta sintomas. Quando maiores, os nódulos podem gerar queixa de dificuldade para deglutir, falta de ar ao se deitar e desconforto na região cervical. Os sintomas que chamam atenção para uma lesão maligna são: nódulo volumoso ou com rápido crescimento, com sintomas compressivos; lesão endurecida, pouco móvel e aderida a planos profundos; paralisia de corda vocal ipsilateral à lesão (acarretando alteração da voz) e adenomegalia (linfonodos aumentados) na região cervical.

Quais são as principais causas e os fatores de risco?
A causa de nódulos da tireoide benignos, que representam a maior parte dos casos, ainda não é completamente clara pela ciência. Entretanto, podem ter relação com o aporte de iodo na dieta e fatores genéticos. Os principais fatores de risco para nódulos malignos (tumores) são: síndromes hereditárias, como a neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (NEM2); história de exposição à irradiação ionizante de cabeça ou pescoço na infância ou na adolescência; irradiação total para transplante de medula óssea; diagnóstico prévio de câncer de tiroide tratado com tiroidectomia parcial e parentes de primeiro grau com câncer de tiroide.

Como fazer o diagnóstico do nódulo?
O primeiro exame a ser feito é o exame físico. Se for palpado nódulo, devemos pedir a função da tireoide (determinante para o seguimento correto da lesão) e exame de imagem. 

O que fazer ao descobrir um nódulo pelo autoexame?
Deve-se procurar um endocrinologista o quanto antes. O médico irá solicitar exames para verificar o tipo de nódulo (se funcionante ou não), tamanho e características, além de queixas clínicas.

Quais exames laboratoriais precisam ser feitos?
O primeiro exame é a avaliação de função da tireoide para determinar se o nódulo é hiperfuncionante ou não. Depois, o médico pode solicitar ultrassonografia e/ou cintilografia de tireoide. Dependendo desses resultados, outros exames ainda poderão ser feitos para melhor avaliação da lesão. Pode ser solicitada, por exemplo, citologia de punção aspirativa por agulha fina, que analisa as células do nódulo quanto às características de malignidade ou benignidade.

Nódulo na tireoide tem cura?
Sim, mas o tratamento curativo e definitivo, para a maioria dos nódulos benignos com função tireoidiana normal, é a retirada cirúrgica. Cada caso deve ser avaliado individualmente, pensando em riscos e benefícios da realização do procedimento. O tratamento de nódulos benignos dependerá de seu tamanho e queixas clínicas. Se o nódulo for maligno, a terapêutica inicial é a cirurgia para retirada do nódulo, na maioria dos casos.

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