FONTE: Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
Um
estudo publicado na revista científica "Nature Communications"
confirmou que o vírus da zika não pode ser transmitido pelo beijo,
diferentemente de hipóteses levantadas no auge da epidemia, em junho de 2016.
De
acordo com pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados
Unidos, o contato casual como beijar ou compartilhar um garfo ou uma colher não
é suficiente para que o vírus se mova entre os hospedeiros. As picadas de
mosquito, como os cientistas explicam, são a fonte da maioria das infecções.
"Se
a transmissão do vírus por contato casual fosse fácil, o número de casos da
chamada transmissão secundária seria muito maior em lugares como os Estados
Unidos", afirmou Tom Friedrich, professor de virologia da universidade
americana. "Não tem sido nada comum vermos a disseminação do Zika sem a
presença dos mosquitos que carregam o vírus."
Após
a contaminação, segundo os pesquisadores, o vírus se mantem presente no sangue
e na saliva dos infectados por até duas semanas, mas permanece em fluidos
corporais --como o leite materno-- por semanas e no sêmen por meses, o que
justifica a propagação da zika por relações sexuais.
Há,
no entanto, muito sobre o vírus que permanece desconhecido - inclusive, até
recentemente, se a saliva de uma pessoa infectada representava um perigo. E foi
justamente em meio à incerteza sobre outras formas potenciais de transmissão da
zika que o Instituto Nacional de Saúde dos EUA decidiu financiar o estudo da
saliva.
Foram
usados macacos infectados com as cepas do vírus que circulam na América do
Norte e do Sul. Os pesquisadores colheram as salivas dos animais com zika e
passadas nas amígdalas de cinco macacos não infectados. Nenhum dos primatas
saudáveis desenvolveu a infecção.
"As
cargas virais na saliva são baixas, mas também há substâncias antimicrobianas,
o que torna esse nível baixo do zika ainda menos infeccioso", explicou
Christina Newman, coautora do estudo.
Como
acrescentou Dawn Dudley, pesquisadora da Faculdade de Medicina e Saúde Pública
da UW-Madison, a saliva também é um material viscoso. "Isso dificulta a
capacidade de o vírus se movimentar e chegar às células que pode
infectar."
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