FONTE: *** Jairo Bouer (http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Entre mulheres que
trabalham, é comum a angústia por não poder se doar mais para a família, nem
para a carreira. E ainda ter de fazer o possível para separar uma coisa da
outra. Mas se engana quem acha que esse sofrimento é exclusivo delas. De acordo
com uma pesquisa publicada na revista da Associação Americana de Psicologia, os
homens têm conflitos semelhantes, só não costumam se manifestar sobre o
assunto.
A conclusão é de
pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, que levaram anos
para analisar mais de 350 estudos realizados nas últimas três décadas,
envolvendo mais de 250 mil pessoas. Eles perceberam que, embora as pessoas, em
geral, entendam que é tranquilo para os homens se dedicar mais ao trabalho que
para a família, a equipe descobriu que ambos têm nível muito parecido de
sofrimento.
Alguns dos trabalhos
indicaram que os homens não se sentem à vontade para discutir esses conflitos,
a não ser de forma confidencial. Isso acontece porque eles têm medo de que isso
seja interpretado como um sinal de fragilidade, ou que tenha uma repercussão
negativa na carreira. Afinal, alguns empregadores podem achar que um
funcionário muito “família” não tem condições de assumir um cargo com mais
responsabilidades e viagens, por exemplo – algo que acontece com muitas
mulheres.
De algumas décadas
para cá, tem aumentado o número de pais que assumem o cuidado dos filhos e as
tarefas domésticas, embora as mulheres ainda acumulem a maior parte do
trabalho. Reconhecer que os homens também são penalizados pode abrir caminho
para que, no futuro, eles tenham direito a licenças-paternidade ou horários
mais flexíveis, o que, no final das contas, vai beneficiar também as mulheres e
as crianças.
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