FONTE: CAROLINA VICENTIN, (http://www.metropoles.com).
Conjuntivite, diarreia, vômito,
resfriado, tosse, febre, coriza, nariz entupido, ouvido inflamado, conjuntivite
de novo, ouvido inflamado de novo; podia ser um resumo do plantão médico, mas é
a minha vida familiar nos últimos seis meses. Não passa mais de três semanas
sem que eu ligue desesperada para o pediatra, tentando um encaixe. Também já
estou pensando em abrir uma farmácia, porque, olha, cada visita ao
estabelecimento, é um rombo a mais na conta.
Por
que raios esses meninos ficam tão doentes?
Porque é assim mesmo. “O desenvolvimento do sistema imunológico (que combate as doenças) é mais ou menos como o dos músculos e do esqueleto”, compara o pediatra Eduardo Alberto de Morais. “A criança não sai andando logo de cara; primeiro, ela firma a cabeça, depois se senta, depois engatinha e, só então, dá os primeiros passos. Com o sistema imunológico também é assim. No começo, as defesas ocorrem de forma bem precária”, detalha ele, que é alergista e imunologista.
Porque é assim mesmo. “O desenvolvimento do sistema imunológico (que combate as doenças) é mais ou menos como o dos músculos e do esqueleto”, compara o pediatra Eduardo Alberto de Morais. “A criança não sai andando logo de cara; primeiro, ela firma a cabeça, depois se senta, depois engatinha e, só então, dá os primeiros passos. Com o sistema imunológico também é assim. No começo, as defesas ocorrem de forma bem precária”, detalha ele, que é alergista e imunologista.
Eduardo
explica que os bebês já nascem com algum tipo de proteção imunológica, herdada
da mãe pela placenta. Esse sistema se fortalece durante os seis primeiros meses
de vida, período no qual deve ocorrer o aleitamento materno exclusivo, segundo
a recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Com a
introdução alimentar, o organismo do bebê começa a perceber que precisará “se
virar sozinho” e inicia a longa batalha pelo seu fortalecimento. “É geralmente
nessa fase que as crianças se tornam mais expostas às infecções, porque vão à
creche, ao parquinho”, enumera o pediatra.
A Sociedade Brasileira de Imunologia considera
comum a ocorrência de seis a oito infecções por ano em crianças pequenas. Essas
doenças podem ser causadas por vírus ou bactérias, sendo os primeiros
responsáveis por cerca de 80% dos casos. Por isso é tão comum ouvir que as
crianças pegaram uma “virose” e que não há muito a ser feito, além de tratar os
sintomas e torcer para que o quadro não dure muito tempo.
Cada doença tem, em média, um ciclo de 7 a 10 dias. A situação pode ser
mais grave porque, em alguns meninos e meninas, fica uma tosse ou uma coriza
residual após o fim da crise. “Esses sintomas podem ser agravados, também,
pelas alergias respiratórias, que são bastante frequentes em locais como
Brasília”, lembra a pediatra Fabiana Araújo Mendes, da Sociedade Brasileira de
Pediatria.
E
tem hora para acabar?
Especialistas e pais de crianças mais velhas garantem que sim. “Por volta dos seis anos de idade, o sistema imunológico adquire maturidade”, diz Eduardo. Ainda assim, as famílias precisam ficar atentas a sinais que devem ser mais profundamente investigados.
Especialistas e pais de crianças mais velhas garantem que sim. “Por volta dos seis anos de idade, o sistema imunológico adquire maturidade”, diz Eduardo. Ainda assim, as famílias precisam ficar atentas a sinais que devem ser mais profundamente investigados.
Meninos e
meninas que passaram por quadros graves (como uma meningite), ou que tiveram
mais de oito infecções anuais (diagnosticadas por médico) ou que apresentem
dificuldade para o ganho de peso, por exemplo, devem passar por uma avaliação
mais criteriosa. “Os episódios podem ser sinal de uma alergia ou uma doença
autoimune, portanto, merecem atenção”, recomenda Eduardo.
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