FONTE: Da Redação TRIBUNA DA BAHIA.
A expectativa para 2017 é de que o número de
cirurgias supere a marca de 2,1 mil.
A
espera para uma cirurgia cardíaca na Bahia reduziu de dois anos para até quatro
meses, com o aumento de 114% no número de procedimentos realizados no Hospital
Ana Nery (HAN), em Salvador, entre 2015 e 2016.
No ano
passado, 1902 cirurgias foram realizadas, enquanto o ano anterior registrou
885. A expectativa para 2017 é de que este número supere a marca de 2,1
mil.
Entre
as causas do aumento estão a inauguração de uma nova sala de cirurgia em 2016,
a ampliação do número de leitos pós-operatórios e a melhoria na gestão da
unidade. O hospital, que oferece atendimento totalmente pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), é referência estadual e responsável por 40% de todas as cirurgias
cardíacas na Bahia.
Os
problemas do coração podem aparecer de uma hora para outra, como foi o caso de
Antônio Roque Argolo Bispo, 55 anos. O motorista estava de férias com a mulher,
em uma casa de praia, em janeiro deste ano, quando passou mal.
“Voltando
da praia, fui subir um morrozinho e desmaiei duas vezes. Procurei um
cardiologista, fiquei sabendo qual era o meu problema, dei entrada aqui [no Ana
Nery] pela regulação, passei por cateterismo e outros procedimentos e já fiz a
cirurgia. Uma operação dessa, pelo que andei pesquisando por alto, não teria
saído por menos de R$ 30 mil. Eu não teria a menor condição de fazer em um
hospital particular”, afirma Antônio Roque.
Segundo
o diretor-geral do Ana Nery, o cardiologista Luís Carlos Passos, além da
ampliação do número de cirurgias, o hospital passou a atender os pacientes
eletivos e com condições clínicas melhores.
“Assim,
desafogamos outras unidades e os resultados também são bem melhores, porque os
pacientes puderam ser preparados para os procedimentos cardíacos. Com a prática
diária, os médicos ainda ficam cada vez mais experientes na cirurgia cardíaca.
O hospital se preparou para ter cirurgias cardíacas todos os dias”,
explica.
Transplantes.
Passos
acrescenta que o Ana Nery também realiza transplante cardíaco, pulmonar e
renal.
“Nem os
hospitais privados estão com esses programas de transplante ativos. Isso é um
esforço financeiro enorme do Governo do Estado, porque tratam-se de
profissionais específicos e insumos caros. Quando captamos um coração, um rim
ou um pulmão, o hospital se mobiliza para fazer o transplante, mesmo que seja
caro, difícil e complexo”.
Para o
diretor médico da unidade, Marco Guedes, os bons resultados são consequência em
especial da melhoria na gestão.
“Nós
preparamos ambulatórios específicos, criamos novas vagas de UTI para o
pós-operatório e construímos mais uma sala cirúrgica. Agora, estamos com um
projeto que reúne especialistas da área para discutir o melhor tratamento
baseado em evidências. Vamos oferecer o melhor tratamento para quem tem
realmente necessidade”.
Atendimento.
Guedes
lembra que o Ana Nery recebe os pacientes por regulação e atende os que são
cadastrados na unidade.
“Eles
têm que passar primeiro por uma avaliação dos problemas básicos nas UPAs e nos
ambulatórios. Depois, eles são enviados para cá e direcionados aos ambulatórios
especializados, atendendo à regulação do Estado”. O hospital possui 200
leitos - entre os quais 41 são de UTI e 86 de cardiologia - e oito salas de
cirurgia.
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