FONTE: , TRIBUNA DA BAHIA.
Hoje (14) países de todo o mundo celebram o Dia
Mundial do Doador de Sangue.
Sete
estátuas paulistanas amanheceram hoje (14) com partes de suas estruturas
simulando um curativo em forma de adesivo vermelho. A ação foi organizada pela
Fundação Pró-Sangue, ligada à Secretaria Estadual de Saúde, e a ideia é lembrar
o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado hoje (14). Foram feitas
intervenções nas estátuas do Borba Gato, em Santo Amaro (zona sul); o
Anhanguera, na Avenida Paulista; Cristóvão Colombo, na praça Panamericana, O Semeador,
na Praça Apecatu (zona oeste); Pedro Álvares Cabral, no Parque Ibirapuera; além
de Padre José de Anchieta, na Praça da Sé, e Augusto de Prima Porta, no
Arouche, ambas no centro.
Apesar
do aumento do número de pessoas doando sangue em função das inúmeras campanhas
feitas por órgãos oficiais e movimentos da sociedade civil, os bancos de sangue
da Fundação Pró-Sangue continuam com seus estoques em situação crítica. Segundo
dados do órgão, há uma queda gradativa da coleta e as reservas estão 60% abaixo
do patamar ideal. Os tipos sanguíneos em situação mais delicada são o O+, A+,
O-, B- e A-, por ordem de importância. As reservas atuais têm condições de
abastecer os hospitais por apenas dois dias. A fundação fornece sangue para 100
instituições de saúde da rede pública estadual.
De
acordo com a médica da fundação Selma Soriano, há épocas do ano em que as
pessoas diminuem suas idas ao banco de sangue. O período do ano em que as
pessoas mais doam é a primavera, sendo que nas outras três estações do ano a
frequência cai. “No inverno, as gripes e os resfriados afastam o doador. No
verão, o calor incomoda e as pessoas se desidratam mais. Além disso, há as
férias de empresas e escolares, o que tira a prioridade das pessoas em doar
sangue”.
Selma
ressaltou que a baixa dos estoques de sangue é uma preocupação mundial e que,
no Brasil, de 1,7% a 1,9% da população doa sangue. O estado de São Paulo chega
ao índice de 2,1%. Segundo ela, os baixos índices estão ligados ao fato de que
a maioria das pessoas ainda não entende a doação como um ato de cidadania ou um
hábito. “Teria que haver a doação de sangue regular de duas a três vezes por
ano por indivíduo. Por outro lado a demanda de sangue precisa ser melhor
analisada. Quando o médico vai usar a transfusão de sangue, ele tem que pensar
em estratégia”.
Segundo
ela, em maio, foram atendidos 14 mil candidatos a doação e coletadas 11.860
bolsas. Há dez anos, neste mesmo período, a coleta chegou a 18 mil bolsas.
"Foi o primeiro mês que conseguimos chegar a quase 12 mil que é o que
precisamos. Faz mais de três anos que nós não conseguimos manter os estoques
suficientes e temos sempre que pedir à população, além de fazer o manejo dos
estoques", ressaltou Selma.
Consciência.
Hoje
(14) países de todo o mundo celebram o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data
foi escolhida para aumentar a conscientização quanto à necessidade da doação e
para agradecer aos doadores de sangue. Instituída pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), a campanha terá como tema este ano “O que você pode fazer? Doar sangue.
Doar agora. Doar regularmente”, para enfatizar a necessidade da doação
frequente. O anfitrião do evento global em 2017 é o Vietnã, por meio de seu
Instituto Nacional de Hematologia e Transfusão de Sangue, e na região das
Américas, a sede da celebração será o Organismo Andino de Saúde, em Lima, no
Peru.
Junho Vermelho.
No
Brasil, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, será iluminado em vermelho para
chamar a atenção para o tema. Outros monumentos, prédios públicos e privados de
São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Santa
Catarina já estão decorados, desde o dia 1º de junho, como parte do Junho
Vermelho. Em São Paulo a iluminação pode ser vista na Assembleia Legislativa do
estado, no Memorial da América Latina, na Sala São Paulo e no Palácio dos
Bandeirantes, entre outros. A iniciativa foi criada há três anos pelo Movimento
Eu Dou Sangue para despertar a consciência da população sobre a importância das
doações periódicas.
O
movimento nasceu depois de as irmãs Debi Aronis e Diana Berezim passarem por
uma experiência, com o pai precisando de muitas bolsas de sangue durante um
tratamento de saúde. Com a dificuldade para repor o sangue utilizado, elas entenderam
que a questão não era tão simples. “Passamos a conhecer mais sobre o assunto e
criamos a campanha Eu Dou Sangue Por São Paulo. Quando percebemos havia muita
gente nos pedindo para expandir o movimento. Assim, em 2014, levamos a campanha
para todo o Brasil e criamos o Junho Vermelho”. A data já entrou para o
calendário oficial de diversos estados.
“Muitos
lugares acabaram aderindo porque há necessidade mesmo. O objetivo é
sensibilizar as pessoas para que elas coloquem a doação de sangue em sua rotina,
entendam que isso tem que ser um hábito e que não podemos doar sangue só uma
vez na vida. Há muitas pessoas que não podem doar sangue por uma série de
impeditivos, então aquelas que podem, precisam se conscientizar de que a
participação delas faz diferença”, disse Debi.
A
estudante de psicologia e atriz, Bruna Tatar, de 19 anos, foi diagnosticada com
leucemia aos 7 anos e precisou de muitas bolsas de sangue como complemento do
tratamento que durou dois anos. Ela contou que na época não tinha a exata consciência
de como os doadores haviam sido importantes para sua melhora. Nesse período os
pais de Bruna fizeram campanhas para repor o sangue utilizado e vários amigos e
familiares doaram para repor as reservas do hospital.
“Eu
tive sorte de nunca me faltar o sangue. Eu gostaria de doar, mas não posso
porque fiz quimioterapia, então eu incentivo meus amigos a doarem em meu lugar
e eles já doaram em minha homenagem, por saberem que não posso. Hoje eu sei que
foi muito importante receber o sangue e sei que é muito importante para
qualquer pessoa que precise. A única coisa que posso fazer é incentivar as
pessoas próximas a doarem. Minha mãe é doadora até hoje, inclusive de medula”,
disse Bruna.
Requisitos para doar.
Para
doar sangue o candidato passa por uma triagem na qual é aplicado um
questionário de 60 perguntas com desdobramentos que podem totalizar 120
questões. O rigor existe para dar segurança tanto para o receptor quanto para o
doador. Para doar é preciso estar em em boas condições de saúde, ter entre 16 e
69 anos, pesar no mínimo 50 kg, ter dormido pelo menos seis horas nas últimas
24 horas, estar alimentado e levar documento original com foto recente.
Entre
os impedimentos temporários estão os resfriados (é preciso aguardar sete dias
após desaparecimento dos sintomas), gravidez, amamentação, ingestão de bebida
alcoólica 12 horas antes, ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva nos
últimos 12 meses, ter passado por situações com risco de adquirir doenças
sexualmente transmissíveis nos últimos 12 meses.
Pessoas
que estiveram nos estados onde há prevalência de malária devem esperar 12 meses
e pessoas que fizeram endoscopia devem aguardar seis meses. No caso da febre
amarela, quem tomou a vacina deve aguardar quatro semanas, quem contraiu a
doença deve aguardar seis meses e quem esteve em região onde há surto da doença
deve aguardar 30 dias após o retorno.
Não
podem doar sangue pessoas que tenham as hepatites B e C, o vírus HIV, doenças
associadas aos vírus HTLV I e II, malária, Doença de Chagas e usuários de drogas
injetáveis.
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