Poluição,
alimentação, roupas íntimas e outros hábitos impactam a qualidade dos espermatozoides,
apontou Carlo Foresta, um dos maiores especialistas do mundo em fertilidade
masculina, durante sua visita ao Brasil. O italiano foi um dos mais de 700
profissionais da área a participar do 2º Congresso Internacional Huntington de
Reprodução Humana, que aconteceu no fim de maio de 2017.
Em
uma de suas palestras, Foresta reforçou a relação direta entre estilo de vida e
a formação dos espermatozoides. E, portanto, dos efeitos do ambiente e das
escolhas cotidianas na fertilidade masculina.
A
revista Reproduction publicou uma pesquisa, em dezembro de
2016, com resultados do efeito de diferentes tipos
de exercícios na qualidade do sêmen: apenas alguns meses de atividades
físicas fizeram bastante diferença. Foram estudados 397 homens submetidos a
treinamentos contínuos e de intervalo de alta e moderada intensidade. O que se
observou foi a melhora na qualidade do sêmen e na integridade do DNA do espermatozoide,
principalmente no caso dos exercícios contínuos de intensidade moderada.
A
importância dessa descoberta se dá pela influência da qualidade espermática nas
chances de se conceber um filho. Espermatozoides de má qualidade e DNA
fragmentado (uma fragilidade no código genético), estão ligados a maiores
riscos de abortos espontâneos, defeitos congênitos e até a gestações de menor duração.
Ou seja, quanto melhor a qualidade dos espermatozoides, maiores são as chances
de se conseguir ter filhos.
Embora
essa seja uma boa notícia e, também, coloque em nossas mãos o poder de melhorar
nossos gametas e realizar o sonho da paternidade, é preciso ter equilíbrio com
a prática: o excesso de
exercícios pode colocar a fertilidade em risco.
Ciclismo
e automobilismo, por exemplo, ameaçam a fertilidade por causarem pequenos
traumas repetitivos nos testículos, inclusive em esportes com risco de impacto
– como artes marciais –, e por aquecerem a região pélvica. Isso é um problema
porque os testículos são exteriorizados justamente para que tenham uma
temperatura mais baixa do que os órgãos internos, e a qualidade, quantidade e
movimentação dos espermatozoides dependem também dessa condição para serem
mantidos em bons níveis.
Além
disso, quando a busca por melhores resultados nas práticas esportivas está
associada ao uso de anabolizantes, a complicação é ainda maior. A testosterona sintética
bloqueia a produção de espermatozoides e a alta dose do hormônio no corpo pode
ocasionar a diminuição dos testículos. Felizmente, o organismo pode voltar ao
normal após pelo menos três meses sem o uso da substância. A conclusão é a
mesma para tudo na vida: equilíbrio
é a chave.
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