FONTE:,, (http://leiamais.ba).
Ao
consumir o narguilé, além de absorver substâncias tóxicas, a pessoa inala os
produtos da combustão do carvão.
Com consumo
crescente no Ocidente, principalmente no Brasil, Estados Unidos e Europa, o
narguilé leva à dependência de nicotina, é porta de entrada para outras formas
de tabaco e aumenta o risco para desenvolvimento do câncer, assim como para
doenças cardiovasculares e infecciosas, como herpes, hepatite e tuberculose,
alerta a Organização Mundial de Saúde
Criado na Índia
no século 16, o narguilé é popular em países do sudeste asiático, do norte da
África e do mediterrâneo Oriental.
O consumo desse
cachimbo com água, por sua vez, vem se popularizando, desde os anos 1990,
também entre os jovens brasileiros, norte-americanos e de parte da Europa,
sendo uma porta de entrada para a dependência de nicotina e o consumo de outras
formas de tabaco. O alerta é da Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio do
relatório do Grupo de Estudo para Regulação do Tabagismo (TobReg-WHO).
Mais do que
conter água, o narguilé é um cachimbo que traz um fumo especial, feito com
tabaco, melaço e frutas ou aromatizantes.
O fumo é
queimado em um fornilho e sua fumaça, após atravessar um recipiente com água, é
aspirada por uma mangueira até chegar à boca. Difundido pela indústria
tabagista como uma forma inofensiva de consumo de tabaco com a argumentação de
que a água seria capaz de filtrar os componentes tóxicos, o narguilé é sim
prejudicial à saúde.
Ao consumir o
narguilé, além de absorver substâncias tóxicas, a pessoa inala os produtos da
combustão do carvão utilizado para queimar o fumo. "A quantidade de
monóxido de carbono inalada no consumo do narguilé é muito maior do que no
cigarro, pois não há filtro.
A água serve
apenas para resfriar a fumaça do tabaco queimado", afirma o cirurgião
oncologista e diretor do Departamento de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer
Center, Jefferson Luiz Gross.
De acordo com a
OMS, não existe consumo seguro de tabaco, incluindo charuto, cachimbo, cigarro
e o próprio narguilé. Alguns estudos sugerem, inclusive, que a quantidade de
nicotina inalada com o narguilé é pelo menos o dobro da inalada pelo consumo do
cigarro normal, causando uma dependência ainda maior.
Além disso, o
cigarro é consumido em cinco ou dez minutos, enquanto o narguilé, geralmente
utilizado socialmente na roda com os amigos, é inalado por até duas horas
seguidas, intensificando a quantidade de nicotina. O mesmo documento ressalta
que entre os jovens tabagistas na faixa dos 13 aos 15 anos, ao menos 20% já são
consumidores de narguilé.
Um estudo
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
parceria com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) concluiu que fumar narguilé
por uma hora seguida corresponde ao consumo de tabaco de cem cigarros. Além
disso, dados mostram que, apesar de terem conhecimento e consciência dos riscos
do tabaco, 55% dos estudantes da área de saúde que fumam também utilizam o
narguilé.
Outra
preocupação é que o uso de narguilé está associado, muitas vezes, ao consumo de
outras drogas. Algumas pessoas colocam bebida alcoólica, como vodka e cachaça,
ao invés da água, e misturam maconha ou crack com o tabaco.
"Nessas
situações, o narguilé se torna uma verdadeira bomba. Além do álcool, que é
volátil, a pessoa também inala as substâncias tóxicas do tabaco, das outras
drogas e da fumaça do carvão", completa Jefferson Luiz Gross.
A
comercialização de narguilé em São Paulo é regulamentada pela Lei 13.779, que
restringe a venda e o consumo de narguilé apenas aos maiores de 18 anos.
De acordo com a
OMS, o uso do produto está associado com o desenvolvimento de câncer,
principalmente de pulmão, assim como de doenças cardiovasculares. O consumo em
longo prazo, afirma o INCA, também estaria associado com um maior risco para
câncer de boca e bexiga.
Além disso, como
a mangueira é geralmente compartilhada por vários indivíduos, pode também levar
a doenças infecciosas como herpes, hepatite e tuberculose.
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